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sexta-feira, julho 25

Fungus Family ● La Morte del Sole ● 2025

Artista: FUNGUS FAMILY
País: Itália
Gênero: Psychedelic Rock
Álbum: La Morte del Sole
Ano: 2025
Duração: 50:00

Lançado no dia 30 de março de 2025, é o quinto material de estúdio da banda italiana Fungus Family, que surgiu em 2002 e passou a adotar “família” no nome a partir de 2018. A fusão entre rock progressivo e psicodélico funcionou magistralmente, com uma pegada envolvente que por muitas vezes lembra o doom metal. A voz atmosférica do Dorian Deminstrel é simplesmente perfeita, fiquei conectado com essa banda do início ao fim do álbum, que ao longo das 9 faixas, entrega um material maduro e grandioso. Cantado em italiano, o destaque fica para a vocalização muitas vezes em tom teatral, que capta atenção sem muito esforço. Um álbum equilibrado nos arranjos instrumentais, com guitarra conversando com baixo, piano ocupando espaços vazios e o mellotron bem aproveitado ao longo do álbum.

Comecei pelo último álbum porque ele foi a porta de entrada para essa banda que descobri há pouco tempo, mesmo fazendo o caminho inverso, acredito que será uma boa experiência seguir com essa banda pelo rico material apresentado para o público. A primeira faixa “La Morte Del Sole”, que também leva o nome do álbum e mostra o contraste da capa, é uma ode ao progressivo com camadas instrumentais envolventes, deixando o fim com um sabor voluptuoso por mais combustível dessa abertura impactante. A segunda faixa “37 nani da giardino” é mais psicodélica e ao mesmo tempo suave, com uma voz ressonante e ecos grudentos, mantendo uma base de guitarra distorcida ao longo da execução. Em seguida, calmaria inicial com uma introdução de piano com Tutto ciò che resta”, uma bela canção arrastrada e sem camadas densas, permitindo a nudez dos instrumentos respirarem sem pressa, com um solo simples mas comovente de guitarra, sem deixar o DNA psicodélico de lado, conferido na parte final.

Guitarras pesadas e contundentes abrem “Destino Stabilito”, em algum momento senti um riff de “Kiss”, mas tudo muito rápido e logo me vi conectado com as estaladas de um baixo elétrico que destoava de tão bom. A música em si é comum, sem grandes viradas, mas constante por uma guitarra presente em todos os segundos, dividindo atenções com a voz. Não me dei conta quando iniciou a música seguinte “Sei ciò che hai”, num show seria facilmente enganado caso fossem tocadas em sequência, sem intervalo. Pela vocalização, lembra muito uma linha de “rap” dos muitos surgidos na década de 1980, o que desafia os instrumentos em praticamente tudo, parece uma mudança de fase num jogo de fliperama. E o resultado disso funciona pela contextualização, talvez se fosse conferida de forma solta e aleatória, talvez algum vazio de produção de sentido seria percebido. Uma sonoridade que parece bater às portas das nuvens Il Vento Divino”, efeitos de batimentos cardíacos provoca a sensação de que algo está por um fio, mas a música sustenta uma narrativa cadenciada, com agudos e guitarras ajustadas para uma densidade bastante carregada. O final dessa música é de arrepiar.

Chegamos à reta final com “Cavalcata dell'Apocalisse” com uma abertura instrumental que me fez lembrar os tempos dourados do Deep Purple, isso por experiência pessoa, é bem possível que muita gente associe com outra banda ou mesmo nem faça comparação alguma, o que não modifica a sensação de estar diante de uma faixa intensa e com levadas rítmicas do início ao fim. Bateria e percussão são os pontos altos, o que para mim é um deleite, pois presencio neste trabalho uma afinação de ordenamento de instrumentos que beira as regras de trânsito em uma sociedade civilizada, todos se respeitam em alto nível de empatia. A penúltima linha do álbum é preenchida pela “Lasciami Dormire”, posso dizer que se trata de uma música que cabe em qualquer parte do álbum, é maleável, pesada, refinada e bem dissolvida em todos os aspectos, gostei por trazer uma alquimia de respaldo épico e onipresente. O encerramento fica por conta de “Gabbia di Miele” um recital adoçado com ar angelical que parece a trajetória para uma atmosfera acima da nossa existência, um campo que faz nosso planeta estar dentro de uma gaiola em comparação ao plano maior, uma sensação e paz e missão cumprida.

Sem dúvidas é um dos melhores álbuns que escutei até o momento em 2025, esta resenha informativa foi escrita no dia 24/07/25 e posso assegurar que é um trabalho que evoluirá com o passar do tempo. Espero que o meu testemunho abra mais uma porta nesse infindável universo cultural e que a banda seja um motivo prazeroso para boas audições na vida dos apreciadores de música.

Faixas:
01. La Morte del Sole (06:47)
02. 37 nani da giardino (05:18)
03. Tutto ciò che resta (04:57)
04. Destino Stabilito (06:32)
05. Sei ciò che hai (05:26)
06. Il Vento Divino (06:14)
07. Cavalcata dell'Apocalisse (06:51)
08. Lasciami Dormire (05:11)
09. Gabbia di Miele (02:48)

Músicos:
Caio: bateria, segunda voz
ZerotheHero: baixo elétrico, efeitos de atmosfera, segunda voz
Dorian Deminstrel: voz principal, guitarras
Fuzz Caorsi: guitarra solo, segunda voz
Agostino Macor: órgão, mellotron
Fabio Cuomo: piano, efeitos
Fabio “Cloud” Colombo: guitarra solo em “Il Vento Divino”
Phill Foccis: guitarra solo em “Lasciami Dormire”
Roberto “Anello” Ferrino: participação em “Sei ciò che hai”
La Della: vocal em “Gabbia di Miele”

Extensão do material (referências de pesquisa):
Site oficial da banda: https://www.fungus-project.net/ (em inglês).

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