País: Estados Unidos
Gênero: Symphonic Prog
Álbum: Moth Vellum
Ano: 2008
Duração: 57:54
O grupo MOTH VELLUM é formado pelo alemão Johannes Luley, o estadunidense Tom Lynham, um inglês na bateria e vocais, e outro estadunidense no baixo. A formação de Luley teve como base a paixão pelo rock, assim como aulas de jazz e de música clássica. Já Tom teve muitas aulas, de diferentes estilos, por influência de sua mãe, que tocava órgão.
Na época do lançamento desse trabalho, a banda tinha já parte do material do próximo disco. Contudo, esse segundo disco não aconteceu, e uns anos depois Luley partiu para carreira solo.
Começa pomposo e gentil. Soberbos fraseados nos teclados. Uma ambientação sublime na guitarra e baixo, e um compasso lindo na bateria. Harmonias vocais e poli-vocais incríveis, alternando timbres e tons esplendidamente. As partes semi-pomposas não abafam os vocais, até porque os mesmos ficam levemente mais agudos nesses momentos. Uma pena que o CD não vem com as letras, pois dá vontade de saber o que cantam. Bem, tem um momento em que a cozinha fica mais encorpada, mas não por muito tempo, até para não mudar demais a proposta. Quando encorpa de novo, as viradas na bateria são ótimas. Incrível como os timbres da guitarra combinam bem com os vocais! E o uso do slide guitar está irrepreensível.
O início da 2a música tem belos dedilhados na guitarra, e um clima favorável nos teclados. A bateria mostra versatilidade. Contudo, o conjunto como um todo não tem tanta unidade, coesão, dessa vez, até porque as mudanças de uma proposta para outra às vezes não fazem muito sentido. De repente desaceleram ainda mais, e há um punhado de fraseados melódicos, bem feitos, que vão crescendo aos poucos. A guitarra entra penetrante, o baixo está bem encorpado, e a bateria com compassos difíceis. Tudo isso me lembra bastante o Yes, até mesmo as vocalizações que são realizadas. Vão explorando com excelência diferentes possibilidades dessa proposta central, a guitarra fica ainda mais Steve Howe. Gostei muito dessa segunda metade da faixa.
Tem um brevíssimo solo de bateria no início da próxima faixa. Entram outros instrumentos, numa linha heavy-prog. Que fica meio sombria, em impressionante interpretação dos vocais, dessa vez mais graves e misteriosos. Em outros momentos parecem suplicar algo. A guitarra entoa notas que parecem fazer uma dança sombria por entre árvores de uma floresta à noite. Os teclados ficam super graves, como se quisessem fazer o chão tremer; distribuindo solos memoráveis. De repente passa para uma proposta melancólica, mais lenta, os vocais mudam muito, ficando serenos. A bateria e o baixo vão aos poucos marcando mais harmonias, aumentando até chegar a uma apoteose nos vocais, bateria e teclados. A guitarra canta estrofes com lindas longas notas. E só agora se encerra a primeira metade dessa composição. Então fica bem suave, no slide guitar, antes de passar para um violão numa levada folk. Harmonias vocais fenomenais, com um ar meio de Beatles. Ficam mais acelerados, voltando a parecer Yes. Antes da Robusta finalização, meio Druid também.
Que introdução envolvente na 4a música! Meloso, acolhedor, e mais uma vez os vocais estão mais aveludados, com notas mais longas. Um looping divino no sintetizador acompanha o cantor. O baterista explora as laterais dos bumbos, e com muita sensibilidade faz uso ameno dos pratos. Os instrumentos ganham um pouco mais de corpo. Meio que sem aviso, entra uma seção com sintetizadores bem baixinhos, e vocais metálicos. Infelizmente, uma clara encheção de linguiça. Quando volta para a cozinha completa melhora bastante, e a parceria entre guitarra e bateria tem bastante inventividade, e num certo trecho fica bem coeso e rico. E aí termina essa faixa.
A seguinte já dá as mãos para o neo-prog, logo de cara. E carecem de versatilidade e inspiração. Fazem umas variações nas propostas, mas nenhuma se apresenta de fato cativante.
A última faixa não só parece ser parte de uma música maior, como realmente é. Também deixou a desejar, já que não teve uma introdução, e ainda por cima tirou alguns elementos da composição original. Faixa definitivamente desnecessária, de meu ponto de vista.
Sim, a capa é horrível, leitor(a), mas lembre-se do ditado - as aparências enganam, principalmente no progressivo.
Faixas:
01. Let the Race Begin (9:14)
02. Whalehead (7:13)
03. Salvo (13:34)
04. Against the Suns (11:22)
05. Walk it Off (11:23)
06. Against the Suns (Reprise) (5:11)
Músicos:
- Johannes Luley / guitars, backing vocals
- Tom Lynham / keyboards, percussion
- Ryan Downe / bass, lead vocals
- Matt Swindells / drums, lead vocals
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