Formado em 1987 em HEMEL HEMPSTEAD, HERTFORDSHIRE.
Falar de PORCUPINE TREE implica necessariamente discorrer sobre Steven Wilson. Quando adolescente, ele
se identificava muito com os lançamentos musicais de 1967 a 1977. O próprio dá
dois exemplos: PINK FLOYD e Donna Summers. Aos 11 anos de idade, com um vilão e
alguns microfones, foi experimentando “métodos” de gravação com seu toca-fitas.
Seu pai, que era engenheiro eletrônico, no ano seguinte construiu pro filho um
toca-fitas com alguns canais e um vocoder, para ele seguir nesse aprendizado.
Com 15 anos ele fez parte de um projeto de música
psicodélica. E nesse meio tempo foi aprendendo a tocar outros instrumentos,
além da guitarra. Quase ao mesmo tempo em que fazia isso tudo, esteve numa
banda de rock progressivo chamada KARMA. Que conseguiu gravar duas fitas
cassete: “The Joke's on You” (1983) e “The Last Man To Laugh” (1985), dos quais
Wilson tirou umas composições que
vieram a fazer parte do repertório do PORCUPINE TREE. Aproximadamente no mesmo
período integrou um grupo de AOR chamado PRIDE OF PASSION, que teve curta duração.
Então, em 1986 Wilson toma a decisão
de formar duas bandas. "NO MAN IS AN ISLAND (EXCEPT THE ISLE OF MAN)",
mais tarde rebatizada de NO-MAN, e PORCUPINE TREE. De lá para cá esse artista
continuou se desenvolvendo, tanto musicalmente mas principalmente como produtor,
e buscando seu espaço nos diferentes contextos do cenário da indústria
fonográfica. Os ápices de sua carreira, quanto ao quesito popularidade, foram
as seis nomeações para o Grammy.
Com relação à sua discografia, foi no lançamento de
“The Sky Moves Sideways” que os ouvintes de progressivo puderam constatar que
não se tratava de um músico qualquer. Pois nessa obra ele toca guitarra,
flauta, sintetizadores, efeitos de fita e programação, violão, baixo, além de
cantar, fazer a produção e mixar.
Agora vamos para a minha resenha desse trabalho. A
primeira coisa a ser transmitida, e bem importante, é que o grupo tem muitas
facetas. Há trabalho única e exclusivamente Heavy Prog. Outras exclusivamente
Symphonic Prog. Outras fazendo uma interseção entre Crossover Prog e Heavy
Prog, entre outras combinações incluindo Art Rock também. Portanto, a banda tem
variados estilos. Mas é possível indicar uma designação para cada álbum (os de
estúdio que conheço, não escutei todos). “The Sky Moves Sideways” é majoritariamente
Symphonic Prog.
Minha edição é um CD duplo. De 2004, expandida e
remasterizada. Já tive a edição da C&S Records, que é um CD. Não sei se já
está fora de catálogo, pois é antiga. Nunca tive acesso à primeira prensagem e
edição, de 1995.
Na minha, há um timaço de músicos. Gavin Harrison e Steven Wilson, uma das grandes parcerias progressivas da atualidade, também estão nessa obra. Além disso,
conta com a participação de Theo Travis.
Começa com tons suaves, bem lentos e viajantes,
lembrando muito “Shine on you crazy Diamond”, do PINK FLOYD. Tem uns efeitos
sonoros que também se parecem com o que o PF fazia; suponho que tenham sido
criados, emulados e/ou sampleados tanto pelo Steven Wilson quanto pelo Richard
Barbieri; trazem toques bem especiais à obra. Uso bem maduro dos sintetizadores.
Quando a bateria e o baixo entram, também estão devagar. Amplo e irrestrito uso
de slide guitar. De fato o som combina muito com o título do disco; pois ao
olhar para o movimento do céu, pelas nuvens e/ou pássaros, geralmente tudo
parece estar em câmera lenta.
Após essa introdução é que entram os vocais. As
harmonias ficam mais complexas, embora se assemelhem às da introdução. Há
alguns solos de guitarra. Meio que repentinamente as seções rítmicas ficam
menos devagar, se tornam quase um pouco rápidas. A guitarra fica mais nervosa.
Desenvolvem-se excelentes e firmes loopings rítmicos. Tem uma flauta
espetacular, também em looping. A bateria fica mais pesada, antes de entrar na
última seção da suíte da 1ª faixa. Que tem uma fabulosa combinação de violão e
sintetizadores, além de mais efeitos sonoros e de novo a slide guitar.
A faixa seguinte, chamada “Dislocated Day”, é a
mais nervosa desse lançamento. Uma batida forte na bateria, guitarra nervosa,
tanto a rítmica quanto a que está mais “livre”. Os vocais têm um leve efeito
eletrônico, e acompanham o ritmo da música. Solos mais eletrizados. Acho essa
composição meio simples, até mesmo meio imatura.
“The Moon touches your Shoulder” é maravilhosamente
tranquilizante. Violão ora dedilhado ora “varrido” (desculpe inventar um termo
que não existe; não sei se vai ser compreendido). Uma guitarra baixinha,
melosa, um pouco blues. Aos poucos a guitarra vai ocupando mais espaço,
buscando seu lugar com muita elegância e respeito aos outros instrumentos. Pouco
depois da metade dessa canção, entra a bateria, suave e ao mesmo tempo
consistente. Os vocais são um show à parte. As músicas que estão um tom um
pouco mais para baixo combinam muito bem com os vocais comedidos, às vezes
levemente sussurrados, de Steven Wilson.
Eis que a música vai crescendo em complexidade e intensidade, e é quando entram
alguns efeitos nos sintetizadores.
A curta “Prepare Yourself” nada acrescenta. Pelo
contrário: o álbum ficaria melhor sem ela.
O começo da segunda parte da grande suíte é um
pouco psicodélica, levemente pomposa e bem viajante. Portanto, tem semelhanças
com a primeira parte. Violão e sintetizadores fazem uma firme parceria. Entram
a bateria e a guitarra, propondo seções rítmicas densas, com pitadas de
space-rock. Aí vêm as maravilhosas vocalizações de Suzanne Barbieri; não sei porque não a exploraram mais. De qualquer
modo, depois da participação dela, vem seção instrumental com guitarras
nervosas e viradas marcantes nas percussões. Mais alguns efeitos sonoros são
aplicados, numa viagem suavemente psicodélica, antes da entrada de uma guitarra
inspirada. Adoro o encerramento da suíte, que tem um contrabaixo que parece
querer te seduzir ao pé do ouvido, além do uso de sons de baleias e do mar.
Fecham com chave de ouro o CD1.
O CD2 começa com uma versão alternativa da big
suíte. Não gostei. As transições entre as diferentes seções não foram bem
trabalhadas, passando a impressão de que não se trata mais de uma suíte, e sim
de músicas enfileiradas, mas que não têm a ver umas com as outras. Outro ponto
negativo é que importantes efeitos sonoros estão ausentes. Também há menos
elementos nas seções rítmicas. As mudanças nos arranjos pioraram as
composições. Tem até um momento em que se erra um compasso. Me parece também
que a bateria está sendo programada pelo Steven, e de forma um pouco simplória.
Nem uma maior participação, nessa versão, de Suzanne, chega a ser um alento. Pois essas vocalizações extras que
ela faz estão alguns degraus abaixo das originais, em termos de criatividade e
impacto.
“Stars Die” começa meio jazzístico, guitarra
levemente blues. O clima muda rápido, quando entram os vocais. Bem realizado. E
as harmonias vocais, dessa vez mais melódicas, têm uma robusta eficácia. Essa
composição é bem crossover prog. Certo momento os vocais parecem estar vindo de
uma rádio. Bem bolado.
O início de “Moonloop (Improvisation)” é bem
parecido com a grande suíte. Notas lentas, incluindo as do baixo, da percussão,
guitarra etc. Viajante. E fica meio repetitivo, pois a seção rítmica tem poucas
variações. Há uns efeitos especiais no final da composição, mas não são
criativos, e se extendem um pouco demais.
Por outro lado, “Moonloop (Coda)” compensa num
crescente de agressividade e complexidade.
Prefiro bem mais a versão de “Moonloop” que está na
edição americana desse álbum, pois tem alterações importantes na parte de
Imporvisation, que está bem mais curta. E mantém todo o Coda. Ademais, a união
dessas duas partes está mais orgânica e fluida.
Tracks (edição da Snapper Music, de 2004, remasterizado pelo
Steven Wilson):
CD 1 (48:29)
01. The Sky Moves Sideways - Phase 1 (18:39)
02. Dislocated Day (2003 remix) (5:24)
03. The Moon Touches Your Shoulder (2003 remix) (5:40)
04. Prepare Yourself (1:58)
05. The Sky Moves Sideways - Phase 2 (16:48)
CD 2 (60:48)
01. The Sky Moves Sideways (alternative version) (34:37)
02. Stars Die (5:01)
03. Moonloop (improvisation) (16:18)
04. Moonloop (coda) (4:52)
Musicians:
- Steven Wilson / vocals, electric & acoustic
guitars, keyboards, bass (2,3), flute (1,6,2.1), tapes (1,5,6,2.2-2.4),
programming, producer & mixing, remastering (1.1-2.4)
- Richard Barbieri / keyboards & electronics (1,6,2.1)
- Colin Edwin / bass, double bass (1,6,2.1)
- Chris Maitland / drums (5,2.2-2.4), percussion (1,6,2.1)
With:
- Suzanne Barbieri / vocals (6,2.1)
- Theo Travis / flute (1,6,2.1)
- Gavin Harrison / drums overdubs in 2003 replacing original samples
(1.2,1.3)
- Rick Edwards / percussion (5,2.2-2.4)
Discografia:
Studio albums:
1992 ● On the Sunday of Life...
1993 ● Up the Downstair
1995 ● The Sky Moves Sideways
1996 ● Signify
1999 ● Stupid Dream
2000 ● Lightbulb Sun
2002 ● In Absentia
2005 ● Deadwing
2007 ● Fear of a Blank Planet
2009 ● The Incident
2022 ● Closure/Continuation
Live:
1997 ● Coma Divine
1997 ● Spiral Circus Live (LP)
2003 ● XM
2003 ● Live in Poland
2004 ● Warszawa
2005 ● XMII
2005 ● Rockpalast
2006 ● Arriving Somewhere...
2008 ● We Lost The Skyline
2009 ● Ilosaarirock
2010 ● Atlanta
2012 ● Octane Twisted
2020 ● Köln 4th Dec 2007 (TV Broadcast)
2020 ● First Live Performance 4th Dec 1993
2020 ● Los Angeles (30th July 2003)
2020 ● Coma: Coda (Rome 1997)
2023 ● Closure / Continuation.Live. DVD.
Studio albums:
1992 ● On the Sunday of Life...
1993 ● Up the Downstair
1995 ● The Sky Moves Sideways
1996 ● Signify
1999 ● Stupid Dream
2000 ● Lightbulb Sun
2002 ● In Absentia
2005 ● Deadwing
2007 ● Fear of a Blank Planet
2009 ● The Incident
2022 ● Closure/Continuation
Live:
1997 ● Coma Divine
1997 ● Spiral Circus Live (LP)
2003 ● XM
2003 ● Live in Poland
2004 ● Warszawa
2005 ● XMII
2005 ● Rockpalast
2006 ● Arriving Somewhere...
2008 ● We Lost The Skyline
2009 ● Ilosaarirock
2010 ● Atlanta
2012 ● Octane Twisted
2020 ● Köln 4th Dec 2007 (TV Broadcast)
2020 ● First Live Performance 4th Dec 1993
2020 ● Los Angeles (30th July 2003)
2020 ● Coma: Coda (Rome 1997)
2023 ● Closure / Continuation.Live. DVD.
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