País: Índia
Gênero: Jazz-Rock Fusion
Álbum: The Emerging
Ano: 2018
Duração: 54:12
O guitarrista e compositor Sutej Singh é da cidade de Solan, Himachal Pradesh. Segundo seu site, suas maiores fontes de inspiração são John Petrucci, David Gilmour, Jeff Beck e Steve Vai. Após o lançamento de sua estréia, esse músico passou a ser convidado para alguns importantes festivais de progressivo, como no Independence Rock Festival, conhecido como o primeiro e mais importante passo para o rock na Índia; ele também abriu para Steve Vai em Bengaluru e Mumbai; além de participações em outros festivais, e sua 3a turnê solo pelo país. Ademais, de 2018 para cá ele tem feito colaborações com Peter Henningsson, Scott Higham, Raymond Hearne, Kylan Amos, Gina Luciani e outros.
Começa com uma ambientação no sintetizador, que dá lugar a uma guitarra penetrante, meio MIKE OLDFIELD, meio ANDY LATIMER. Essa faixa é uma introdução, bem grandiosa.
Para a faixa seguinte, que abre com um gentil e suave grand piano. Logo se transforma para uma abordagem bem parecida com o que MARTY FRIEDMAN realiza no álbum Introduction. Ou seja, bateria simples, num andamento médio; centrada na guitarra, sempre bem chorada (Sutej, nesse ponto, difere um pouco do Friedman nessa música, pois esse último dedilha bastante a guitarra, e Sutej apresenta mais notas longas do que dedilhados). A música ganha um pouco de complexidade e versatilidade do segundo terço em diante, com execuções cada vez mais inspiradas. Pouco depois da metade, dá uma quase parada, para passar a outra proposta, com um andante nos teclados. Aos poucos os outros instrumentos vão encontrando seus espaços, até voltarem ao tema original. O final tem, de leve, uma abordagem quase apoteótica.
A 3a faixa também abre tranquila, como uma combinação entre PAT METHENY e KITARO. A proposta é parecida com a faixa anterior, mas Sutej coloca um pouco mais de mudanças de compassos para as seções rítmicas, e entrega uns momentos primorosos de double-guitar. Exatamente no meio da música, invertem-se um pouco os papéis de alguns instrumentos. Pois tudo fica um pouco mais calmo, e o baixo aparece mais. Aos poucos a guitarra vai crescendo. Em um dado momento a seção rítmica ganha mais massa, antes de passar para uma execução de cordas (emulada? Não sei dizer) que traz contornos mais melódicos e etéreos à composição. A música finaliza com esse lindo conjunto de cordas.
A próxima faixa tem um toque um pouco mais soturno, sobretudo pela execução do baixo. O sintetizador fica ao fundo, como uma base para a atmosfera reinante. A guitarra por um tempo segue nessa proposta, mas aí a mesma muda a composição para o habitual Jazz-Rock Fusion da obra. Algo interessante dessa vez é que há uma guitarra se agregando à seção rítmica, aliás excelente, e outra, mais livre, com fraseados bem robustos. No último quarto dessa música, fica bem DAVID GILMOUR, com aquelas notas mais para compridas, e quase "choradas".
O início meio simples da 5a faixa vai quase imperceptivelmente mudando até chegar num genial fraseado do sintetizador, que me lembrou a música Kleine Eva, do EROC. Uma linda flauta desfila uns fraseados bem melódicos. E aí entra uma guitarra e seção rítmica firmes, rápidas e penetrantes. Chega a ficar Heavy-Prog, e em alguns momentos perto do Prog-Metal. Muita variação de compassos e timbres. Fenomenal! Quando estou quase perdendo o fôlego, ele faz uma transição magnífica no sintetizador, uma combinação que HANS ZIMMER sabia fazer muito bem. Um piano adentra o recinto, maravilhoso. A flauta chega assoviando uma majestosa canção. Alguns instrumentos se retiram, ficando só o piano, para chegar com força, quem? Adivinharam: a guitarra, hehe. Fantástica.
"Varrendo" a guitarra é como se inicia a próxima música. Sintetizador no clima - no caso, bem calmo. Na próxima sessão da composição, a guitarra é dedilhada, e um bonito violino assume o papel principal. Na metade da música volta para a proposta Jazz-Rock Fusion. Nesse momento, pelo menos para mim, fica uma sensação do tipo "ele já fez isso outras vezes no disco". De qualquer forma, mesmo ficando um tantinho repetitivo, ele é bem competente. No finalzinho mudam para um prog-metal inventivo.
Emenda com a 7a música, que segue num dedilhado-com-intervalos-meio-longos da guitarra, em diálogo tanto com sintetizador quanto a bateria. Dessa vez os arranjos e principalmente os compassos e as harmonias estão mais simples, fazendo dessa composição a menos forte do álbum. A música ganha velocidade e um pouco mais de variação no último terço, mas não empolga.
O início da próxima música, nas cordas, é muito bom. A guitarra entra, mas dando espaço para as cordas, uma ótima escolha. Aí a composição volta a ficar meio HANS ZIMMER, e junto com isso a seção rítmica vai crescendo. Tudo bastante inspirado, e com uma distribuição mais equilibrada de todos os instrumentos. Pouco depois a seção rítmica fica quase festiva. Mais para o final, um grandioso coro faz parceria com cordas apoteóticas. O baixo bem pesado que entra não combina muito bem com a atmosfera geral. O mesmo vale para essa curta sub-seção Heavy-Prog; mas felizmente volta (pelo menos parcialmente) para aquela abordagem meio festiva.
Faixas:
01. Overture (1:40)
02. The Comeback Trail (6:42)
03. Timeless (9:07)
04. Come Into Existence (5:50)
05. The Emerging (11:29)
06. Oceans Apart (7:39)
07. Walk My Path (5:34)
08. Revelations (6:11)
Músicos:
- Sutej Singh / guitarra
- Kylan Amos / baixo
- Scott Higham / bateria
- Gina Luciani / flauta, piccolo
- Leon Ross / arranjos orquestrais
- Ray Hearne / bateria
Discografia:
2018 ● The Emerging
2025 ● Restless / Relentless
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