quarta-feira, outubro 2

JUBAL TROUPE ● Negative Revealed ● 2022 ● Brazil [Crossover Prog]


Conheci JUBAL TROUPE quando haviam lançado seu primeiro EP, e ainda se chamavam JUBAL TROUPE ECLETIC ROCK. Posteriormente, esse primeiro trabalho foi incorporado na íntegra em seu debut, “Negative Revealed”, de 2022, até o momento seu único lançamento. O líder do grupo é o baixista Jarbas Loop. Ele já tinha experiência no rock progressivo, pois fizera, mais de 20 anos atrás, parte do grupo ACIDENTE. A respeito da decisão pelo nome da banda, segue a descrição dada por eles mesmos: “segundo relatos de um antigo livro sagrado, Jubal foi o primeiro a criar instrumentos musicais [em Gn 4.21, segundo a banda]. Por que não acreditar que já, naquele tempo, ele tocou um bom e velho rock and roll, ou mesmo um blues de raiz, em meio ao caos que já imperava em sua época?”
Atualmente (essa resenha é de outubro de 2024) a banda está com uma formação diferente. Saulo Lira assumiu os teclados, e agregaram um vocalista, Luan Gabriel.

Vamos às minhas observações sobre a obra. As seções rítmicas são envolventes, com ênfase na tríade bateria-guitarra-baixo. O disco é inteiramente instrumental.

Na 1ª faixa há algumas inserções de piano, e um bom fraseado na guitarra, que vai e volta na composição.

A 2ª faixa tem uma introdução blues; sobrevém um fraseado gostoso no piano, com uma guitarra vibrante, aumentando a energia. Na entrada da bateria, ficam ainda mais dinâmicos. E com as alterações constantes nas harmonias, cativam minha atenção e apreciação dessa composição.

A faixa seguinte tem em seu início seções rítmicas menos ricas; na verdade, até um tanto quanto simplórias. O piano até que traz um charme, salvando um pouco esse trecho da música. Contudo, quando quase que repentinamente há uma mudança na cadência e viradas da bateria, a música melhora muito. Há um bom solo de sintetizador, e vão repetindo com sensibilidade as seções rítmicas mais interessantes.

A 4ª faixa é suave, tem uma boa execução nos sintetizadores, e uma harmonia envolvente entre baixo e guitarra, potencializados pelos outros instrumentos; esplêndido.

Na 5ª faixa as execuções são um pouco mais aceleradas, chegando até a se assemelhar a um jazz-rock. Fabulosos fraseados são realizados por todos os instrumentos. Antes de terminar fazem umas mudanças inusitadas nos compassos, e jogam uns solos jazzísticos gostosos.

Um piano incrível abre a 6ª faixa, junto com a bateria. É a introdução para uma guitarra bem blues. O sax também se apresenta no mesmo clima.

A 7ª faixa é a mais progressiva; mas como a achei confusa, a classifico como (apenas) boa e também a música menos interessante da obra.

A última faixa começa lírica e suave, de repente guitarra e bateria entram acelerados. Os instrumentos fazem viradas criativas e consistentes.

Referências? Focus e Foreigner.

Fizeram o lançamento desse trabalho numa das edições do Carioca Prog Festival, apresentando-se no Teatro Municipal de Niterói.
 
Tracks:
01. Save me from Myself (4:15)
02. Lone Traveller (4:27)
03. Rays of the Sun (5:12)
04. Violation of Good (5:24)
05. Patchwork (5:50)
06. The Blue Blues (5:27)
07. Gome Mountains (4:18)
08. Lucidity (6:05)
 
Musicians:
- Apolo de Paula – keyboards.
- Jarbas Loop – bass.
- Márcio Neves – drums.
- Rodrigo Barata – saxophone, flute.
- Tácito Savoya – guitars.

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