L'ESTATE DI SAN MARTINO começou sua carreira em 1975 com o intuito de fazer música para uma obra teatral e já percorreu um longo caminho com um percurso muito articulado. A estréia com os 45 rpm "Il bimbo e l'eroe", com a qual participaram num concurso musical, remonta a 1978. Após algumas alterações na formação, só lançaram o álbum de estreia em 2006, baseado em dois concertos em 1983, que conta a história de um pescador, "Amieiro". No mesmo ano, um dos integrantes, Adolfo Broegg, faleceu, e a banda dedicou a ele a música "Il Ricordo". Em 2007 foi lançado o álbum que o músico colaborou ativamente, "Febo". Em 2012, a ideia do arquivista Talsete di Marsantino (um anagrama do nome da banda) ganhou vida, resultando em um álbum principalmente instrumental apresentado ao vivo com a ajuda de um narrador entre cada faixa para explicar a história. O álbum contou com duas figuras importantes do Rock Progressivo, Steve Hackett - ex-guitarrista do GENESIS - e o inesquecível e grande Francesco di Giacomo. Finalmente, em 2015, para celebrar o quadragésimo aniversário da banda, lançaram ESM#40, uma versão acústica de Talsete.
Em novembro de 2022 L'ESTATE DI SAN MARTINO retorna com um novo trabalho, "Kim", um projeto antigo que começou a ser montado anos antes. O álbum foi executado na íntegra e apresentado durante a prévia da terceira edição do Trasimeno Prog Festival no Giardini del Frontone em Perugia em agosto de 2022 A obra centra-se na figura do jovem Kim - doente terminal de cancro - que, na esperança de um futuro onde a cura seja possível, é congelado criogenicamente. As novidades são duas: a mais apreciada é a estréia de Andrea Pieroni e sua voz na gravação, que finalmente confere à banda uma identidade bem definida; além disso, um uso mais acentuado da eletrônica contribui para personalizar o som da banda. Nessa perspectiva, o álbum inicia com a faixa instrumental "Cretto", que é bem cativante. "Sul Prato" começa com uma introdução onírica, seguida pela bela voz de Pieroni, e então um riff com sax e teclados sobrepostos. "Inanna" apresenta elementos da música Folk, enquanto "Gocce" tem algumas referências ao estilo GENESIS que não passarão despercebidas pelos fãs deste género musical. Um som mais Rock está presente na parte inicial de "Libera"; mais uma vez, a voz de Pieroni ganha destaque e, em seguida, os teclados de Tofi assumem o controle; é outra ótima faixa. "Il ciclope" é uma faixa instrumental curta, começando com elementos eletrônicos e continuando com um solo de guitarra, enquanto "Il Monaco Pierre" viaja para o território do Rock, temperado pela voz e uma parte final mais tranquila. "Immaginami" tem uma atmosfera mais calma e os violões começam a arpejar, um belo padrão de guitarra elétrica começa sob uma bateria poderosa. Sopros e teclados se juntam e concluem a faixa de forma grandiosa. Mas ainda faltam cerca de 20 minutos de música para ouvir... e que final; "Caleidoscopio" começa bem calma, depois o ritmo ganha força, e no final um lindo solo de teclado embeleza tudo. O álbum termina com "Tewar", que tem apenas onze minutos de duração, mas na verdade é bastante curta, pois inclui uma faixa fantasma. Os membros da banda improvisam livremente neste final instrumental, pontuado por algumas breves vocalizações.
L'ESTATE DI SAN MARTINO realmente deixou sua marca com este trabalho moderno, que se inspira com bom gosto no Rock Progressivo dos anos 1970, e sem dúvida o melhor álbum da banda até agora. Só podemos esperar apreciá-lo ao vivo em algum show no futuro próximo.
highlights ◇
Tracks:
01. Cretto (3:20)
02. Sul Prato (4:43)
03. Inanna (5:46)
04. Gocce (6:09)
05. Libera (5:47)
06. Il Ciclope (1:29)
07. Il Monaco Pierre (4:08)
08. Immaginami (7:14)
09. Caleidoscopio (9:32)
10. Tewar (incl. Ghost Tracks) (11:01)
Time: 59:09
Musicians:
- Massimo Baracchi / bass, bass pedals
- Luca Castellani / electric guitar
- Marco Pentiricci / flute, saxophone, harp
- Andrea Pieroni / vocals
- Riccardo Regi / guitars
- Sergio Servadio / drums
- Stefano Tofi / keyboards
With:
- Mauro Formica / bass (7,8)
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