Em 13 de maio de 2023, "Pangea e le tre lune", o quinto álbum da banda IL CERCHIO D'ORO foi lançado pela Black Widow Records. Uma viagem estranha para este grupo de Savona, cuja aventura começou em 1974 e que realmente surgiu trinta anos depois, aproveitando o persistente renascimento do Rock Progressivo italiano. Seu primeiro disco de destaque foi "Il Viaggio di Colombo" em 2008. Desde então, o grupo da Ligúria se saiu muito melhor com "Dedalo e Icaro" em 2013 e, sobretudo, com "Il Fuoco Sotto la Cenere" em 2017. Um ritmo de um álbum a cada cinco anos que a formação mais ou menos respeita com este novo disco que é apresentado como um álbum conceitual dedicado à Pangea, este imenso continente formado há cerca de trezentos milhões de anos. Aliás, a arte foi produzida por Armandi Mancini que trabalhou no início dos anos setenta para as capas de THE TRIP, IL ROVESCIO DELLA MEDAGLIA, QUELLA VECCHIA LOCANDA e muitos outros.
Em "Pangea" encontraremos imediatamente o IL CERCHIO D'ORO que você ama. É fluida, e melódica e ao mesmo tempo te prende e não solta por mais de oito minutos. O equilíbrio aqui é perfeito na própria música e nas partes instrumentais largamente investidas pelos teclados de Franco Piccolini mas também já com um Massimo Spica que afirma a sua presença através de vários refrões que têm carácter. É ele quem tem a honra de abrir o título seguinte com primeiro, um riff de seis notas, simples mas eficaz, repetido à vontade antes de continuar com um longo solo. O canto de Piuccio Pradal não intervém até o terceiro minuto antes de retornar a uma nova sequência instrumental impulsionada pelo baixo muito avançado de Giuseppe Terribile. A peça tem sotaques de space Rock bastante incomuns para IL CERCHIO D'ORO (a introdução e a seção instrumental final que ocupa o ostinato inicial (E, E, D, B, D, E), mas bem , que permite descobrir outra faceta do grupo.
Para "Dialogo", Franco Piccolini oferece uma excelente introdução ao sintetizador alinhado com um mellotron, rapidamente acompanhado pelo fantasma Donal Lax (QUELLA VECCHIA LOCANDA) no violino. Que beleza nesta abertura com conotações sinfônicas baseadas em uma grade tonal celta. É também por isso que a sequência com o restante da peça, decididamente Rock, é um pouco surpreendente. Grande solo de órgão e riffs de guitarra que esguicham bem com o bônus adicional de Donald Lax que fica afinado e Piuccio Pradal que se junta a eles para posar sua voz cujo grão particular é particularmente apropriado aqui. Pronto, esse é o Prog!
Quanto à magia do Rock Progressivo italiano, vem logo a seguir com a soberba "Le tre lune". Uma entrada onírica que parece flutuar no ar com flauta, arpejos de violão e canto em uníssono de Pradal e os irmãos Terribile e lá vamos nós para uma longa peça épica que alterna alegremente quebras rítmicas e variações climáticas, tudo sobrevoado por um Tolo Marton (LE ORME), cujo toque de Blues Rock é um verdadeiro prazer de ouvir todas as vezes. Depois do recitativo de Carlo Deprati, passamos directamente ao grandioso com já um voo de sintetizador mágico assinado por Franco Piccolini, depois uma ponte instrumental toda em requinte, e finalmente encontramos o trio de coros masculinos para um final que termina num ambiente quase de coleção.
Grande sentimento para a música seguinte. "Dal nulla cosi" que começa com uma enorme introdução de sintetizador destacada por uma batida avassaladora de Gino Terribile. Com a parte cantada que fica para trás, fica claro que este título é puro IL CERCHIO D'ORO. Uma mistura de Pop, Prog e Rock hiper melódico para uma forma de música que o grupo gosta particularmente e na qual se expressa plenamente. Aliás, o solo de guitarra elétrica de Massimo Spica é muito legal, bem expressivo, entre o lirismo e o virtuosismo, com logo atrás o Franco que vem dar o toque final no Moog. Esplêndido ! Pode não ser a coisa mais original que os músicos da banda fizeram, mas é o que eles fazem de melhor. Eles são os melhores neste estilo.
Para "E la vita inizio...", a atmosfera geral é imediatamente mais sombria. O canto de Piuccio Pradal também é mais calmo com um tom decididamente mais sério. O meio da faixa é marcado pela aparição de Ricky Belloni (NEW TROLLS) que faz o show na guitarra. Ele deixa claro que seu (curto) solo é perfeito em um gênero que flerta com o Jazz-Fusion. Os últimos dois minutos são de Franco Piccolini que se desdobra em seus diferentes teclados entre órgão e piano (cujas poucas notas lembram "Getzemani" de LATTE E MIELE).
Por fim, e ainda que seja um bónus, os velhos roqueiros na alma de IL CERCHIO D'ORO soltam-se em "Crisi", um grande Hard Rock familiar que dá gosto de ouvir, estamos na verdade, não muito longe do Heavy Metal à la JUDAS PRIEST (ouça o solo de Massimo Spica). Na verdade, é o órgão solto de Franco Piccolini que recoloca a peça em uma atmosfera DEEP PURPLE/RAINBOW.
A banda: Franco Piccolini (teclados), Piuccio Pradal (vocal, violão, backing vocals), Gino Terribile (bateria, vocal, backing vocals); Giuseppe Terribile (baixo, vocal, backing vocal), Massimo Spica (guitarra) Os convidados: Ricky Belloni (guitarra elétrica), Donald Lax (violino), Tolo Maron (guitarra elétrica).
Lançado oficialmente em 13 de maio de 2023, "Pangea e le tre lune", foi apresentando no palco genovês do La Claque, na companhia de outro grupo histórico que após 51 anos lançou novo álbum de inéditas, IL BALETTO DI BRONZO. Dia realmente emocionante para os amantes do Prog italiano.
Tracks:
1. Pangea
2. Alla Deriva
3. Dialogo
4. Le tre Lune
5. Dal Nulla Così'
6. E la Vita Inizio'
7. Crisi (Bonus Track, CD only)
Musicians:
- Piuccio Pradal / Vocals, Guitar
- Guiseppe Terribile / Bass, Vocals
- Gino Terribile / Drums, Vocals
- Massimo Spica / Guitar, Backing Vocals
- Franco Piccolini / Keyboards
With:
- Ricky Belloni / Electric Guitar
- Donald Lax / Violin
- Tolo Marton / Electric Guitar
CRONOLOGIA
Discografia:
2005 • La Quadratura del Cerchio
2008 • Il Viaggio di Colombo
2013 • Dedalo e Icaro
2017 • Il Fuoco Sotto la Cenere
2023 • Pangea e le tre Lune
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