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domingo, agosto 10

BANDA NUEVA ● La Gran Feria ● 1973

Artista: BANDA NUEVA 
País: Colômbia
Gênero: Symphonic Prog
Álbum: La Gran Feria 
Ano: 1973
Duração: 33:16

Músicos:
Orlando Betancourt / piano, piano elétrico, órgão, vocais
Jaime Córdoba / bateria, percussão, vocais
Juan Carrillo / guitarra, violão, guitarra de 12 cordas
Gustavo Cáceres / baixo, vocais
Gustavo Bautista, Jorge Rodríguez & Pedro Castro / trompete
Abraham M. Rothschild & Javier I. Inletta / violino
Lucio / congas
Orlando, Jaime, Gustavo Cáceres e Juan formaram, em 1972, esse grupo, que a meu ver pode ser considerado o primeiro disco de rock sinfônico de seu país. Até houve outro grupo chamado GÉNESIS, que no ano anterior lançou sua própria estréia, e que em alguns sites (incluindo Progarchives) consta como sendo de progressivo. Não tenho muita certeza quanto a isso - no caso, quanto a classificar o debut desse GÉNESIS como progressivo -, ou se deveria ser designado como pop-rock com um pouco de progressivo. O que tenho certeza é que a estréia da BANDA NUEVA é sim rock progressivo. Eles duraram pouco, 3 anos, e lançaram um álbum. Não obstante, esse feito já deve ser bem respeitado, já que foram um dos raríssimos representantes do progressivo no país durante aquela década (em minhas pesquisas achei só mais duas outras bandas nesse gênero musical, levando em conta esse recorte de localização e período), e foi o registro mais importante do estilo pelo menos até os anos 90. Intrigantemente, como quase todos os lançamentos colombianos da época, não ganhou uma versão em CD.
Todas as dez faixas são curtas, a mais longa marcando praticamente 4 minutos.
A primeira abre com um piano ligeiro, bem gostoso. Entram as congas mesclando ritmos latinos. Logo a música dá umas paradas, os trompetes agregam robustez à composição, tudo é bem rico e revigorante. Além de ser bem gravado, até o baixo pode ser muito bem escutado, sem nenhum esforço. Os vocais alternam cadências com muita organicidade.
O clima meio circense e bem latino da próxima faixa apresenta boas viradas na bateria, com algumas partes que lembram BEATLES do Strawberry Fields, principalmente nos vocais e guitarras. Vários instrumentos participam.
A 3a faixa tem um piano singelo, um baixo bem presente, que contribui ao mesmo tempo com o ritmo e as melodias. O violino aqui tem uma participação um pouquinho maior, dando um certo lirismo à composição. Antes da metade a massa sonora cresce, de leve. Pena que nos momentos com vocais não mantêm essa intensidade. Belas harmonias entre os violinos, a bateria, os trompetes e vocalizações fazem parte da segunda metade da música.
É gostoso o início BEACH BOYS da próxima música, nele o órgão lidera a composição, seguido de uma guitarra fazendo ritmo e melodia bem consistentes. Mais uma vez o baterista mostra dinamismo e inspiração, até mesmo quando faz um solo. Apesar de eu detestar solos desse instrumento, ele o fez com destreza, e felizmente foi muito breve.
Na 5a faixa temos umas vocalizações psicodélicas e um pouco sinistras. Definitivamente, fica até engraçado, pois não combina nem um pouco com o blues-rock que repentinamente é desenvolvido. Vocais simples, seção rítmica um pouco repetitiva. O piano está bom. Dá para escutar que a letra faz referência a Bogotá.
A abertura bem clássica ao piano para a próxima faixa é aproveitada no restante da composição. O passo está mais ligeiro dessa vez, as cadências e arranjos estão fabulosos. Há tons mais graves presentes, mostrando um lado mais alternativo do disco. As experimentações nos teclados estão muito interessantes. A execução das harmonias não é fácil, para nenhum dos músicos, até porque há alternâncias imprevisíveis de altura e tom.
Boa produção da 7a faixa. Excelentes melodias são feitas no piano, bem joviais. Os trompetes estão maravilhosos, bem encorpados e grandiosos, pena que não estão mais presentes. Logo em seguida a massa sonora e a altura aumentam, o trompete sola e ao mesmo tempo participa do ritmo. É fantástico como combinam bem os agudos com os graves nessa música. Delícia.
A próxima música tem feições de pop-rock. A transição entre a introdução, melosa, e a segunda parte, ficou estranha. De qualquer modo, é uma boa música, com belo trabalho feito no baixo, teclados e guitarra. Os vocais estão numa toada latina um pouco menos criativos.
O violão que abre a penúltima faixa está mal gravado; de qualquer modo, apresenta notas meio rudimentares. A proposta aqui é tipo voz e violão, não deu muito certo. Melhora, mas não muito, quando entra o restante da cozinha. Volta pro voz e violão. Não sei se a idéia foi fazer algo mais reflexivo, ou melancólico, pois não entendo as letras. Há um coral bonito pouco depois da metade, mas é pouco explorado, para dar lugar a quê? Adivinhou: o mesmo pedante voz e violão.
O trompete está com um som diferente na última faixa. Abafado. Mais uma vez apresentam alguns ritmos latinos. Os vocais estão bons, nada de fenomenal. O piano ao fundo até que chama a atenção. Fazem algumas mudanças de cadências e harmonias, alternam alguns instrumentos... enfim, não é um dos destaques desse disco, mas cumpre seu papel e não descaracteriza a obra.
Encerro aqui a resenha, destacando que se trata de mais uma dessas obras obscuras da época que se beneficiariam muito de uma remasterização.

Faixas:
01. Emiliano Pinilla (2:40)
02. Que Madruga Le Da Sueño (3:00)
03. Quiero Contarte (4:01)
04. Extinción (3:19)
05. El Blues Del Bus (2:58)
06. La Gran Feria (3:49)
07. Rumba 1 (3:09)
08. Rumba 2 (2:59)
09. Mundo De Imágenes (3:53)
10. Don J (3:32)

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