Álbum: Detta Har Hänt
Ano: 2009
Gênero: Eclectic Prog
País: Suécia
Duração: 53:11
Passaram a existir a partir de 2004, na cidade de Vällingby, Estocolmo. Uns anos antes disso, David Lundberg (que faz ou fez parte do grupo NECROMONKEY) e Alexander Skeep (que também participa do ORESUND SPACE COLLECTIVE) já estavam trocando idéias e tocando juntos. Até registraram umas músicas em estúdio. Mas de fato foi quando chegaram os novos membros, em 2004, que começaram a deslanchar.
Agora sigamos para a resenha do disco. Composições bastante ricas. Na primeira faixa o início é com uma guitarra quase dedilhada, e um ritmo bem interessante na bateria, no meio do caminho entre um tipo de marcha e uns loopings. As harmonias apresentam em geral uma massa sonora bem grande e cheia de detalhes. Antes de chegar na metade de seus 4min, a cadência diminui um pouco, bem como as harmonias e alterações sutis nos arranjos. Há uma constante atmosfera heavy-jazz. Sendo que ao final acrescentam um pouco de rock, principalmente através da guitarra e baixo. Emenda com a faixa seguinte, num clima sombrio e reflexivo. Que dentro em breve se torna um minimalismo avant-gardé. Vai se tornando menos minimalistas, até chegar a um soft-jazz avant-gardé. Aviso de antemão que leva tempo para se habituar a esse trabalho, de tantas mudanças de estilo, harmonias, cadências, compassos que ocorrem no decorrer das músicas. Ou seja: inicialmente eles parecem confusos. Mas se o ouvinte der uma segunda ou terceira chances, provavelmente vai conseguir acompanhar melhor todas as nuances e encontrar maior satisfação nelas. Bem, voltando às minhas observações sobre a 2a faixa: boa parte de seu "miolo" apresenta influências de zeuhl, mas também com elementos de heavy-prog. O baixo está em tons mais altos e os loopings tanto na guitarra quanto na bateria apresnetam-se inspirados. Tudo isso em formato plenamente instrumental. Mais para o final, uns fraseados simples nos sintetizadores trazem um pouco de progressivo sinfônico à composição. Essas duas primeiras músicas são um dos pontos altos da obra.
Na 3a, uma das mais curtas, lembro bastante do disco "Halloween", do PULSAR. Piano e sintetizadores formam a base, enquanto a guitarra e algumas poucas participações da bateria apresentam contornos de improvisação. É uma faixa mediana.
Na faixa posterior, umas abordagens eletrônicas, um pouco ao estilo KRAFTWERK mais o "Welcome to the Machine", do PINK FLOYD, cuidam de sua abertura. Daí entram umas evoluções na bateria, logo acompanhada pela guitarra e uns sintetizadores. Perto da metade vão aumentando o tom. Logo depois da metade mudam os arranjos, fazem umas viradas, e a proposta melhora muito. Mudam pouco depois os compassos e a cadência. Tudo isso junto faz a segunda metade dessa música ficar esplêndida.
O jazz-rock light que permeia o início da 5a composição me lembra PASSPORT. Com o tempo vai ganhando mais densidade sonora, até chegar nuns fraseados interessantes, levemente zeuhl. Bem como num fraseado penetrante de guitarra. Pena que logo mudam sensivelmente a proposta, parecendo com os momentos mais calmos do MAHAVISHNU ORCHESTRA, só que sem a mesma genialidade. De repente ficam um pouco mais pesados e acelerados. E aí acertam bem a mão! Pena que nesse momento estão próximo do fim da faixa.
O iniciozinho da faixa seguinte é extremamente parecida com um trecho da música "Strips", do ARTI & MESTIERI. Com outros arranjos, uma cadência um pouco distinta, um ar melancólico e, claro, performances bem diferentes na bateria. Independente disso, é uma fabulosa música do GÖSTA BERLINS SAGA, inserindo elementos de avant-prog. Em um dado momento o clima fica meio esotérico, meio reflexivo, e sério. Notas longas na guitarra e uma certa dramaticidade nos sintetizadores. Antes desse instrumento me remeter a algum momento da infância. num fraseado simples mas cativante. Voltam de modo robusto para uma das idéias avant-prog que já aparecera nessa música. O encerramento é uma espécie de apoteose eclética. Magnífico!
Um violão gentil e erudito é a tônica da penúltima e mais curta música. No final, um instrumento que não consegui identificar (provavelmente um sintetizador com algum instrumento de cordas) faz um som que parece um misto de theremin com viola. Não é um dos destaques do álbum.
A 8a faixa é continuação da anterior, embora não tenham nada a ver uma com a outra, só uma pequeníssima semelhança na harmonia (segundo minha audição). Dessa vez a bateria está com umas pitadas de groove, e os arranjos na guitarra e baixo, qualifico como primorosos. Notas incisivas e incrivelmente fluidas na guitarra, bem delineadas pelo baixo e sintetizadores, aumentam mais um pouco o alto nível dessa música. Quando já exploraram bastante essa idéia, chegando até a ficar um bocadinho repetitivo, vão abaixando a massa sonora, e mantendo apenas as linhas melódicas, viajantes. Antes do final, que é aquela música vinda de algum lugar da infância.
Faixas:
01. Kontrast (3:57)
02. Sorterargatan (9:48)
03. Svenska Hjärtan (3:01)
04. Fem Trappor (6:32)
05. Nattkift (5:00)
06. Berslagen (10:29)
07. Innilegur? (2:51)
08. Västarbron 05:30 (11:33)
Músicos:
- Einar Baldursson / violão & guitarras
- David Lundberg / Fender Rhodes
- Gabriel Hermansson / baixo
- Alexander Skepp / bateria & percussão
Com:
- Mattias Olsson / loops, Fx, várias idéias e efeitos adicionais
- Daniel Fagerström / Buchla 200 synth (4)
Instrumentos adicionais:
Mellotron, Mini Moog, glockenspiel, Orchestron, celeste, Persephone, Chilton Talentmaker, Optigan, Gem PK 4900, piano & pump organ.
Discografia:
2006 ● Tid Är Ljud
2009 ● Detta Har Hänt
2011 ● Glue Works
2016 ● Sersophane
2018 ● Et Ex
2019 ● Kontraster - Live
2020 ● Konkret Musik
2020 ● Artefacts - Live
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