quinta-feira, abril 3

AHMAD & MOHAMAD CHEGENI ● Zahed ● 2024 ● Irã [Crossover Prog]

Ahmad é integrante da RISK BAND e do grupo PADRA, que até onde sei, não lançaram nenhum disco. Somente singles. Ele mora em Khur Ramabad, Lorestan. As letras foram baseadas em poetas iranianos. Alguns do chamado período clássico, tais como Hafez Shirazi (que viveu no século XIV), Khawju Kermani (idem) e Attar Neyshabouri. E dos mais contemporâneos: no caso, Hamid Mosadegh, Akhavan-Sales e Freydoon Moshiri. Ahmad pontua que algumas de suas influências são TOOL e SYSTEM OF A DOWN. Até o momento ele só lançou esse disco, em seu próprio estúdio, e ainda não existe em formato físico.
Um timbre bem oriental no violão e guitarra abrem a 1a música. Atabaques fazem um fraseado fenomenal, polirítmico. Baixo preenche muito bem os espaços. Vocais locais, com excelentes interpretações. Harmonias vocais com diversidade de nuances. A guitarra clama atenção pouco antes da metade. Ele recua, para um fraseado ligeiro no violão, e um baixo espetacular fazendo umas viradas. A cadência acelera um bocadinho, e o tom fica um pouco mais grave, sobretudo nos vocais. Aliás, uma das partes mais ricas dessa música, dadas as diferentes interpretações e abordagens que realizam nesse quesito. Geralmente é crossover prog, e em algumas raras ocasiões fica heavy prog.
Harmonias com atabaques, violão e uma guitarra gentil dão início aos trabalhos na faixa seguinte. Os vocais estão graves e solenes, com dois vocalistas se alternando e/ou se complementando. Desenvolvem compassos inusitados. Uma harmonia incluindo dedilhados complexos no baixo, atabaques, efeitos que parecem ser de sintetizadores, ou de algum efeito na guitarra, que vão ficando mais pesados. As seções rítmicas ficam firmes e contundentes, enquanto os compassos sutilmente se misturam e se embaralham, muito bem. Tem então um pequeno trecho mais calmo, antes do final com seções rítmicas aceleradas. Às vezes confusas, às vezes se acham.
Um timbre incomum no baixo, junto com a bateria, antes da entrada daquele violão oriental. Novamente. Os vocais começam com uma pequena dose de introspecção. E, como de costume, solenes. Uma passagem um pouco mais intimista e viajante, no sintetizador, junto com umas vocalizações bem graves. Na metade, outros instrumentos se achegam. Uma pena, estavam mandando bem na parte mais tranquila. Um solo penetrante de guitarra acontece mais para o final, a mesma vai ficando mais pesada, assim como os vocais alternam entre o pesado e o moderado.
Uma guitarra vai executando uns fraseados curtos, antes da entrada das seções rítmicas. Tudo isso, dessa vez, está um pouco mais simples. No meio fazem algumas abordagens um pouco mais pesadas. É uma das músicas do álbum com mais partes pesadas, fazendo dela metade crossover prog, metade heavy prog.
Sons de cães latindo, com o sintetizador (toda vez que me refiro a sintetizador na música). A música vai crescendo, para servir de introdução à proposta crossover prog. Os vocais estão menos complexos dessa vez, ou seja, as harmonias estão menos elaboradas e menos ricas. Boas intervenções são feitas pela guitarra em alguns momentos.
Excelentes fraseados com guitarra, baixo e atabaques no início da 6a composição. Vocais começam comedidos, mas se tornam mais efusivos, junto com o instrumental. O desenvolvimento das idéias musicais aqui está fabuloso. Na segunda metade apresentam um swing incrível, e fraseados inspiradíssimos tanto no baixo quanto na guitarra. Fenomenal. Uma das melhores músicas do disco.
Tranquilo é o início da última música. Com violão e sintetizador. Os vocais entram um pouco cedo demais. Os fraseados empobrecem um pouco na parte instrumental, os compassos estão um pouco perdidos, mas as harmonias vocais são um destaque positivo. Na segunda metade ficam meio repetitivos.

highlights ◇

Faixas:
01. Nemikhaham Bemiram (7:18)
02. Barkhiz (6:15)
03. Rooz Rooze Mast (6:26)
05. Hamchenan Barf (5:12)
06. Kaje Pir (4:17)

Músicos:
Ahmad Chegeni / baixo Ibanez SR 1805, violão Eko Ranger 6, guitarra Fender Stratocaster, vocais, lexicon I-O 22 interface.
Mohamad Chegeni / compositor

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