Segundo o site rateyourmusic, o grupo foi formado
em Columbus, Ohio, em 1970. De acordo com o site discogs, foi em 1972. Ao que
parece, a história deles toda se passou nessa cidade. Foi lá que lançaram dois
singles, em 1973, bem como seu álbum, de 1975. No meu encarte consta que uma
filial desse selo no Canadá lançou o trabalho no mesmo ano.
Por muitos anos essa obra só esteve disponível em
LP. Passou a integrar alguns streamings, até que esse ano saiu em CD, com
algumas faixas bônus. Meu CD é pirata, de um “selo” russo, denominado SWS. Lançado
em 2021.
Segundo o site discogs, se desmembraram em 1978. No Facebook deles, criado em 2020, há muitas fotos deles nos anos 70. E a informação de que realizaram dois shows em agosto de 2021, na mesma cidade. Também há fotos desses shows, mas nenhuma informação posterior.
Agora sigamos à resenha.
Começa com um sintetizador grave, podendo vir a
fazer o ouvinte pensar que é um disco de música eletrônica. O próximo
instrumento a entrar são a bateria e a guitarra, um pouco repetitivos. Quando
começam as viradas de bateria, as marcações firmes e progressivas do baixo, o
fraseado cheio de groove do piano, a proposta muda totalmente. Entrando no
progressivo sinfônico, estilo que prevalece até o fim do álbum.
Há uma presença acentuada da guitarra. Muito longe
do modelo fusion e e/ou do estilo melódico.
Na segunda faixa mais uma vez não começam tão bem.
Engrenam quando deixam a guitarra liderar a composição, e quando os outros
músicos buscam mais espaços na composição. Em dado momento mudam
consideravelmente o compasso, depois voltam ao anterior, fazendo alternâncias e
combinações inventivas.
A cadência menos acelerada, quase lenta, da
terceira faixa, combina com o fato dela ser a mais longa do disco, chegando a
quase 10min. Harmonias vocais incríveis, como aliás em praticamente todo o
disco, mas que aqui estão particularmente inspiradas. Os vocais levemente
agudos e ao mesmo tempo discretamente, muito sutilmente anasalados, são ótimos.
Há uns solos interessantes do trombone elétrico. No meio da canção, um looping
interessante vai crescendo, e em dado momento acelerando e se enriquecendo, com
uma excelente cozinha instrumental. Há um slide guitar no finalzinho, que pode
passar despercebido.
A harmonia que abre a faixa seguinte, envolvendo
sintetizador low-profile, umas marcações comedidas da bateria, o trombone e
saxofone densos, é espetacular! A guitarra apresenta um fraseado estupendo, mas
em ocasiões posteriores apresenta uns efeitos psicodélicos sutis e marcantes. Vão
construindo magnificamente o caminho para o estilo próprio deles, um rock
grooveado, na companhia de harmonias vocais novamente magníficas.
Notas envolventes no baixo assumem boa parte da
composição no início da 5ª faixa. “How can I be loving you, when I know you
won’t be around. And how can I be loving you today? How can I be loving you
when my feet are on the ground, how can I be loving you this way”. Quando
termina um conjunto de refrões, entra uma flauta maviosa. Ela sai para dar mais
espaço a novos refrões: “How can you be telling me I know how to rock and roll?
How can you be telling me tonight?”, entre outros refrões sensuais e poéticos.
Ao fim deles, a cadência dá uma leve acelerada, a guitarra apresenta uns solos
um pouco mais incisivos.
Na música seguinte, que é bem curtinha, uma
abordagem levemente funky se apresenta. O uso dos instrumentos de sopro mostra
clara influência de James Brown.
Os tons são um pouco mais graves e sinfônicos na última faixa, sobretudo nos sintetizadores e baixo; sobretudo em boa parte da segunda metade da canção. A guitarra tem um papel significativo.
Essa banda me lembra algo do FOCUS; especificamente algo do primeiro disco e do Focus com Proby. Ou seja, não se assemelham a meu ver nem um pouco com obras como Moving Waves, 3 ou Hamburguer Concerto. Pois esses discos do FOCUS foram os que mais dialogaram com a música erudita. STRONGBOW tem bastante groove, como muitas músicas do Focus, mas dialogam pouco com o erudito. Têm, sim, proximidade com o rock, blues-rock e um pouco do hard-rock, e particularmente com bandas como BAD COMPANY e as primeiras coisas do FOREIGNER. Entretanto, devido à complexidade tanto das harmonias e arranjos, são inegavelmente (para mim) integrantes do estilo rock progressivo. Outro diferencial significativo com relação ao Focus é que todos os cinco músicos são vocalistas. Acho fantástico quando isso acontece e é explorado na obra.
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