Projeto com Alex Curi, mais conhecido por ser o baterista em alguns dos lançamentos de Rogério Skylab. Ele também tem alguma estrada em outras parcerias ou projetos/bandas. Chegou a tocar baixo em um ou dois discos do Skylab; foi o baterista da banda de Prog Metal ORGANIC REACTION, e colaborou em um dos discos de Edu Falaschi.
Nesse “Ilha Distante”, quase todas as composições
são dele. Embora o grupo tenha adotado um subtítulo para si, “Instrumental
Experimental”, não são tão experimentais assim. Pelo menos se comparados a
inúmeras bandas nas linhas Avant-prog, RIO e/ou Zeuhl. Não têm um disco
oficialmente lançado, nem em formato digital. Mas como fizeram cópias de um
CD-r a título de “pré-lançamento”, em 2013, e adquiri um, é em cima dele que
montei a resenha. Inclusive, no Instagram esse trabalho consta como EP.
A primeira faixa começa com um baixo arrebatador.
Notas ligeiras, incluindo nos outros instrumentos. Efeitos geniais na guitarra.
Solos incríveis sobretudo na guitarra, viradas enérgicas na bateria. Mudanças
constantes de compasso e de ritmos. Uma grande música.
A segunda faixa é acelerada, embora nem tanto
quanto a primeira. Há alguns fraseados principais repetidos e combinados pelos
músicos. Baixista está arrebentando novamente. No cômputo geral, essa
composição tem mais linhas melódicas.
Na faixa seguinte, a marcação feita pelo baixo
serve de base para os outros dois músicos. Bom groove em diferentes partes da
composição, portanto com um tom levemente funkeado. No finalzinho ficam um
pouco pesados
A 4ª faixa tem uns loopings interessantes da guitarra,
com compassos inventivos. É o abre-alas da composição, e no decorrer dela, é o
som mais destacado, ou seja, mais importante. Em alguns momentos há umas
variações, em tons mais graves. Um lírico solo é feito no baixo, mudando
consideravelmente a composição, que fica meio viajante, meio Pink Floyd. Muito
bonito. Pena que não mantiveram essa linha até o final da música, voltando
àqueles loopings. Que até são bons, mas acabaram ficando um pouco repetitivos.
Atabaques e um generoso e sentimental violão abrem
a faixa seguinte. O baixista mostra que também sabe ser sutil e suave. Há um
som que me parece ser um violoncelo e/ou um violino. Tocante, muito inspirado. Chega
a ter um momento em que o violão tem uma vibe levemente flamenca. O término da
música não está muito bem definido, parecendo portanto que emenda com a
seguinte.
Que, conforme indica sua denominação, “Retorno à
Ilha”, tem uma proposta bem semelhante à primeira faixa, “Ilha Distante”. Dessa
vez há pontuações incisivas e ainda mais penetrantes da guitarra, muito boas. E
no mesmo instrumento há ótimas melodias. Tem algumas harmonias mais complexas
na segunda metade da música. Gostei das alternâncias entre propostas mais heavy
e propostas mais fusion. Ademais, a instrumentação está mais generosa, com uso
de mais recursos.
A última faixa tem um ritmo mais tranquilo, sendo a única que não conta com Curi na composição. A meu ver é a música menos interessante do EP.
Esplêndido registro na linha Jazz-Rock Fusion.
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