LOTUS
AUREA ● Principia ● 2018 ● Brasil [Crossover
Prog/Symphonic Prog]
O grupo é de Belém do Pará. Tiveram dois anos
ativos em estúdio, e depois disso realizaram alguns shows locais. Em seu
Facebook não consta nenhuma atividade de 2023 em diante. Como tamém não ouvi
notícias a respeito deles em nenhum dos grupos sobre progressivo dos quais faço
parte, possivelmente encerraram atividades, ou estão em hiato.
Começa envolvente, no prog sinfônico mas com um
pé no eletrônico. Belas vocalizações. Belos solos longos na guitarra. A faixa
de abertura é uma introdução para a próxima música. Que é quando entra o
restante da “cozinha”: apesar do início meio descontextualizado, logo se
encaixam na composição. Nela o baixo se apresenta marcante, a bateria mostra um
groove coeso. Os vocais femininos em português me surpreenderam positivamente,
algo raro de acontecer. Já os vocais masculinos são mais ou menos. Tem momentos
em que fica um pouco mais denso e também pesado; essas mudanças de clima são
bastante trabalhadas. O clima meio fúnebre segue, com um piano bem penetrante,
e um solo arrasador e acelerado da guitarra. E depois de um interlúdio,
aumentam significativamente a intensidade. Música fabulosa, embora o
iniciozinho e o finalzinho não tenham sido bem construídas.
A 3ª faixa é mais simples. Crossover prog
melódico. No seu último terço os compassos ficam menos simples. Só que mais uma
vez não souberam encerrar a execução.
A faixa seguinte começa com uma batida reggae, e
assim se mantém por um minuto, quando um piano faz um bom interlúdio. Aos
poucos a música vai se transformando de um reggae-pop para um reggae-rock. Na segunda
metade da composição, há algumas mudanças de andamento e até mesmo de
compassos, como se fossem umas pinceladas de progressivo.
Alguns efeitos sonoros abrem a 5ª faixa. Quando
de fato começa a música, há um papel preponderante da guitarra rítmica. Outra faixa
na linha crossover prog, com leve sabor psicodélico, e onde o guitarrista
apresenta considerável versatilidade. Essa música emenda na seguinte. Que começa
bem parecida com a que lhe antecede, mas aos poucos vai se tornando mais “noturno”,
adquirindo peso e maior participação dos sintetizadores. A composição emenda
(um pouco mal) com a última do disco. Que volta firme com o progressivo,
alternando cadências, executando harmonias vocais e instrumentais mais
complexas. Novamente o baixo marca mais presença, e isso enriquece a
musicalidade deles.
A banda, nessa estréia, mostrou uma técnica
robusta (nada espetacular, mas bem melhor que muita banda de progressivo por
aí), dedicação às composições, e ótimos vocais. Demonstraram dificuldades para
iniciar as músicas e finalizá-las, algo que provavelmente também afetou nas
emendas estranhas entre algumas das canções. Inclusive, com exceção da emenda
entre a 1ª e a 2ª faixas, as outras emendas foram entre músicas que sequer
funcionavam como suítes ou mini-suítes. De qualquer modo, é um trabalho de
excelência, e o grupo merecia maior exposição e incentivo
Como meu CD não tem sequer código de barras, deduzo
que seja uma produção independente.
Faixas:
01. Cosmos (3:18)
02. Uranus (9:15)
03. Jornada Quod (4:23)
04. Ágape (4:15)
05. Utopia (4:19)
06. Circus (2:40)
07. Laguna (10:28)
Músicos:
- Marcela Corrêa / vocal
- Endi Moraes / guitarra
- Matheus Gabriel / piano e sintetizadores
- Daniel Avelar / baixo e backing vocal
- Rafael Fontes / Bateria
Discografia:
2018 ● Principia.
2019 ● Fragmentos. EP digital.
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