LIED
des TEUFELS / ex-HANUMAN
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Hanuman ● 1971
●
Alemanha [Krautrock]
Formado em Berlim em 1971 como HANUMAN, e
renomeado a partir de 1972 para LIED DES TEUFELS. O tecladista fez parte, no
mesmo ano de lançamento desse disco que ora resenho, do grupo MURPHY BLEND,
cujo único álbum foi gravado entre outubro e dezembro do ano anterior. O baterista,
participou, em 1971 mesmo, do lançamento de um disco de jazz e funk/soul.
Apesar de sua curta duração, encerrando atividades em 1975, o grupo lançou três
obras.
A meu ver há algo bem importante de se dizer, a de que essa obra adotou a língua alemã em toda sua plenitude. Nos títulos e nomes, assim como nas letras. Uma excelente decisão, pois encaixa bem com a musicalidade e com a atmosfera artística da obra. Os timbres são muito bem escolhidos no decorrer de todo o álbum, em todos os instrumentos. E os arranjos são esplêndidos, de modo que embora as composições sejam muito boas mas não ao ponto de serem designadas como magníficas, os músicos conseguem atingir todo o potencial da mesma.
Na faixa de abertura, após uma excelente
introdução, com marcações harmônicas firmes, entra uma marcha que vai se
reinventando, e servindo de apoio para a flauta e baixo. No 2º minuto, um
interlúdio introduz uma melodia, que serve de fabuloso abre-alas para os
vocais, deliciosamente carregados de sotaque. Um som mais tranquilo semelhante
ao do cravo, serve de respiro antes de voltarem para uma variante do que
fizeram no início. Mas dessa vez acrescentando sutis mudanças de cadências, e
com ainda maior riqueza de detalhes. E mal chegamos na metade da música! Bem,
doravante marcações suaves da bateria abrem espaço para os encantadores
fraseados na flauta. E é aí que composição e arranjos ficam novamente ambos
incríveis. Após a retomada do refrão de vocais, a música fica um pouco mais
acelerada, chegando quase a parecer um jazz-prog. Até porque também se muda da
flauta para o saxofone. Música espetacular!.
Na próxima faixa, um clima inicialmente
misterioso vai se tornando frenético, com execuções viajantes da bateria, meio
jazzísticas e psicodélicas do baixo, uma flauta que parece um vôo caótico de um
pássaro. O caos e a liberdade vão aumentando, até pararem todos
inesperadamente... daí o sax e o piano apresentam fraseados mais estruturados.
Os outros instrumentos vão se achegando, dessa vez todos contribuindo para a
composição.
Após mais uma ótima introdução, na faixa que dá
nome ao disco, segue um ritmo com swing. Um piano com dedilhados levemente
dançantes. Harmonias vocais complexas e mais intensas. Mudanças constantes de
compassos.
Um piano dramático, contornado pelo saxofone, e
logo acompanhado pro vocais, levam o ouvinte direto para a composição da 4ª faixa.
Um solo de órgão com a sustentação precisa da bateria toma uma parte da faixa.
A música dá umas paradas repentinas algumas vezes, de modo bem criativo. De
repente, ficam mais melódicos, praticamente um soft-jazz, com uma
correspondente mudança no timbre do vocalista. Magnífico.
Um fraseado incrível se repete, baixo, no órgão.
O sax vai “decorando” muito bem o ambiente sonoro, e a bateria faz corretíssimas
participações para deixar que esses instrumentos atinjam sua plenitude. Vão crescendo
em velocidade e complexidade. Como eles fazem isso bem! O baixo adota uma linha
psicodélica e com groove ao mesmo tempo, até logo em seguida ficarem mais
apoteóticos. Antes da entrada de marcações mais firmes das seções rítmicas,
junto com vocais levemente agressivos – combinando com a composição. Seguem com
uma quase-jam, até ficarem bem mais calmos, ocasião em que os vocais se tornam
mais serenos, mas não sei como mesmo assim ainda estão penetrantes. Mais uma
riquíssima canção no disco. O encerramento é firme, sax alto, vocais vão
crescendo, até uma parada super repentina.
Tracks:
1. Schädelstätten (10:37)
2. Machtwechsel (9:35)
3. Lied Des Teufels (3:10)
4. Taue Der Fremdheit (3:43)
5. Sonnenaufgang (11:23)
Musicians:
- Wolf-Rüdiger Uhlig / organ, piano, vocals
(1,2,4)
- Peter Barth / flute, alto sax, vocals (3,5)
- Jörg Hahnfeld / bass
- Thomas Holm / drums
Discography:
1971 ● Hanuman.
1973 ● Lied des Teufels.
1975 ● Lied Des Teufels: 2 -
Höllisch Heiße Rockmusik
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