sexta-feira, outubro 25

MÁQUINA VAPOR Máquina Vapor 2010 Brazil [Jazz-Rock/Fusion]

O grupo é de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. O embrião da banda se deu em meados de 2004, quando Alexandre Saggiorato (guitarra e voz) e Tiago Biazus (teclados), cursavam música na Universidade de Passo Fundo (UPF) e resolveram desenvolver um projeto independente que pudesse servir de base para estudos de improvisação, composição e arranjos criados até então por cada um individualmente. Com a finalidade de registrar o trabalho, Fábio Telles recebe o convite para assumir o contrabaixo. E, em 2007 chega ao grupo o baterista e percussionista Norton Severo. O nome da banda vem da importância do trem para o blues. E eles também queriam um nome que tivesse relação com a idéia de força, de mudança, de trilhar e percorrer caminhos.

Primeira faixa tem uma energia incrível. As viradas de bateria estão inspiradíssimas, e as notas longas na guitarra, dispostas na medida certa. Sintetizadores trazem um pouco de uma atmosfera vintage. Perfeita a escolha de deixa-la instrumental. Harmonias complexas na segunda metade dessa música servem para completar minha descrição da mesma: espetacular.

A próxima faixa é praticamente emendada com a primeira. Conta com vocais muito fluidos e expressivos. Ótimo trabalho de bateria, guitarra rítmica dá conta do recado direitinho, e o baixo vai implementando bom suporte a todos. Bom uso do piano, num clima mais sério. E no meio uma guitarra blues coloca um ritmo mais gostoso.

O clima na 3ª faixa é mais ameno e lento. Marcações e frases líricas do violino dialogam lindamente com algumas falas, econômicas mas certeiras, do piano, e de alguns instrumentos de percussão. Um belo moto-perpétuo na guitarra, meio que ao fundo, junto com o piano e sintetizadores, ressaltam o tocante trabalho de dedilhado do baixo.

Não há separação entre essa faixa e a próxima. Que, por sua vez, vira logo um blues-rock. Não demora muito e o grupo vai fazendo umas harmonias mais complexas, porém meio confusas. Colocam uns solos sem propósito e uma marcha sem contexto. Mais para o final até que se encontram, usando uma fórmula mais fácil de executar: seções rítmicas mais acessíveis com solos de rock. E mais ainda pro final, as viradas na bateria melhoram, assim como a fluidez dos outros instrumentos.

A 5ª faixa, bem curta, é basicamente um barulho constante como se fosse algo sendo amassado, ou pegando fogo.

Um som parecido com o do fagote inicia a 6ª faixa. Uma harmonia quase-balada dá suporte para os vocais. Há uma mudança na cadência rítmica. Um solo de guitarra entra junto a seção rítmica meio blues. Quando o som do fagote volta é com mais lirismo, pois faz parceria com o baixista. No final juntam com bastante competência a maior parte dos motivos musicais dispostos previamente nessa faixa. Os vocais continuam envolventes.

Tem umas mudanças repentinas e bruscas na música seguinte. Que a meu ver se interconectam pouco, deixando uma sensação de confusão. Os vocais até que amarram e dão mais coesão à composição; contudo, conseguem trazer apenas um pouco de unidade. Inclusive, mais pro final, quando a execução fica mais calma, nem assim se encontram. Bem no finalzinho o trabalho do baixo se destaca bastante. Algumas interpretações se destacam nesse término, pela guitarra e sintetizadores. Até parece que é uma outra música.

Mais uma vez um som parecido com o de fagote se apresenta, para abrir a penúltima faixa. Fazem umas boas intervenções, até chegar nuns bons fraseados, com suingue. Repentinamente a flauta entra. Na minha opinião, mal aproveitada, pois os fraseados que realiza em nada coincidem com o restante do grupo. Ao voltarem para a proposta mais suingada, funciona melhor. Seguem algumas boas inserções do piano, com a composição mais solta. Pulam para um rock mais direto.

A última e 9ª música começa lírica, vai ganhando peso (mas não muito) aos poucos. E vai crescendo em criatividade, interação entre os músicos e firmeza. Terminam com louvor essa obra.

 

Faixas:

 

01.   Contrapressão

02.   Máquina Vapor

03.   Além-mar

04.   Não há

05.   Lado alado

06.   Terra

07.   Imperfeição

08.   Moinhos de Vento

09.   Memórias

 

Músicos:

 

- Alexandre Saggiorato / voz, guitarra e violões.

- Tiago Biazus / teclados, acordeon e voz.

- Fábio Telles / baixo.

- Norton Severo / bateria, percussão e voz

 

Com:

- Evandro Lazzarotto / guitarra blues em Máquina Vapor.

- Juliana Cunha / flauta transversal.

- Vivian Reis / violinos.

- Gadiego Carraro / contrabaixo acústico.

 


Discografia:

 

2010 ● Máquina Vapor

2018 ● A Direção dos Bons Ventos


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