sábado, outubro 12

KASHMIR Alarme! 1979 Suíça [Symphonic Prog/Eletronic Prog]

Quando o vocalista Henry Dubelly e o tecladista Patrice Guenat se juntaram, conseguiram os serviços do engenheiro de som David Richards, o mesmo que assumiu algumas gravações de artistas como QUEEN, DAVID BOWIE e YES. Esse disco deles saiu na Suíça por um selo bem pequeno, e também saiu na Alemanha e França. Atenção que as gravadoras francesa e alemã adotaram uma capa, enquanto a suíça usou outra, totalmente diferente, quase toda branca. Bem, tanto numa quanto noutra, a arte gráfica não ficou boa.

E até o presente momento, 12 de outubro de 2024, ainda não foi lançado em CD.

Uma parte desse trabalho usa muitos sintetizadores, numa atmosfera eletrônica, porém com considerável participação de bateria e vocais. A outra parte segue a veia mais sinfônica, em particular nos trechos que contam com participações de instrumentos de orquestra. Essa obra tem excelentes músicas, mas tem outras, felizmente poucas, medianas. Decidi não comentar as músicas na ordem em que se apresentam no disco, e sim da melhor para a pior faixa.

A 4ª faixa, denominada “Linear”, é uma obra-prima. Trata-se de uma (pequena) suíte, com uma atmosfera grandiosa, tanto nos sintetizadores quanto nos vocais, esses sempre em francês. Os pratos vão se acomodando na composição, com uma maravilhosa seção rítmica nos teclados. É quando a guitarra entra que a meu ver começa a segunda seção da suíte. Até aqui há uma densa e esplêndida elaboração e exploração do tema harmônico central, enriquecida maravilhosamente pelo conjunto de sopros e coro. A última seção apresenta incríveis fraseados nos sintetizadores. Um petardo para a eternidade.

“Go”, a música mais longa, conta com conjunto de cordas e coro. É muito boa, em especial a parceria entre sintetizadores e bateria. As cordas e vocais adentram quase que simultaneamente, muito integrados. Tem momentos com piano, algo que poderia ter sido mais usado no restante do álbum. Na segunda metade de sua extensão, há uma frenética harmonia rítmica, impactante.

“6H30” é a sétima música. Se desenvolve de forma meio confusa no início. Harmonias vocais estão sublimes, aliás como em todo o disco. No final dessa música há uma soberba combinação e encaixe dos instrumentos presentes.

Uma marcha insípida está no começo da primeira faixa, intitulada “Desert Bleu”. Ao chegar na metade, há uma maravilhosa mescla de idéias rítmicas, junto com o coro. Só que por pouco tempo, voltando àquela chata proposta inicial. Bem, eles até voltam uma vez para aquelas fabulosas propostas rítmicas, quase no fim.

O título do álbum é a mesma da 3ª faixa. Tem um bom ritmo, bom diálogo entre sintetizadores e bateria, e uma programação de bateria inventiva. Com simplicidade e muita efetividade. Enaltecidos pelo coro. Ao final se perdem um pouco nas escolhas dos timbres e tons.

“Slowly” é arrastada. Não chega a ser uma faixa ruim, pois seu lirismo é envolvente. Mas sua simplicidade é exagerada.

A segunda faixa, “Je Suis”, é uma excelente idéia. Com uma atmosfera meio sombria, vocais meio cantados, meio sussurrados, meio narrados. Entretanto, lhe falta variação nos arranjos e harmonias.

A música “Far Away” é uma tentativa de imprimir mais dramaticidade aos vocais. Não funcionou. Ademais, os sintetizadores criam pouquíssimo, só ficam acompanhando os vocais, que no final ainda ficam repetitivos.

 

Tracks:

 

01. Desert bleu (3:24)

02. Je suis... (3:16)

03. Alarme! (3:05)

04. Linear (7:00)

05. Far Away (4:44)

06. Slowly (3:32)

07. 6h30 (4:20)

08. Go! (10:15)

 

Musicians:

 

- Patrice Guenat / Roland, Moog synthesizers, grand piano, Hammond B3 organ, Fender Rhodes, Crumar String Ensemble, harpsichord, Hohner piano, Hohner clarinet, ARP String Ensemble, Mellotron, tubular bells, percussion, vocals

- Alain Petitmermet / drums & percussion, timpani

 

With:

- La Vigneronne Lonay Choir, conducted by Ewald Meier (3,4,8)

- Philippe Ryser / guitar (4), bass (6)

- Henry Dubelly / vocals (2)

 

Brass section (4) :

- Jean-Claude Blanc, Philippe Blanc, Andre Besançon, Mario Alberti / trumpet

- Rémy Alberti, Jean-François Bouard, Jean-Pierre Beltrami / slide trombone

 

String ensemble, conducted by Charles Baldinger (8) :

- Anne-Marie Grunder, Anne-Marie Schenkel, Marianne D'Andiran, Anne Liardet, Christiane Graf, Ernst Schelle, Jan Dobrzelewski, Robert Guillon / violin

- Marcel Deblüe, Rolf Schönenberger, Michael Murray-Robertson / viola

- Mineo Hayashi, Daniel Suter / cello

- Catherine Roy / double bass



Discography:

 

1979 ● Alarme!

1982 ● Histoire cruelle


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