TANGERINE DREAM é uma banda alemã, formada em 1967 pelo organista e guitarrista Edgar Froese, e considerada como um dos grandes expoentes da Música Progressiva eletrônica, junto aos conterrâneos do KRAFTWERK.
A história do TANGERINE DREAM começa com Edgar Froese chegando a Berlim Ocidental em meados da década de 1960 para estudar arte. Sua primeira banda, THE ONES, de estilo Rock psicodélico, se desfez após lançar apenas um single, e Froese seguiu experimentando muitas idéias musicais, e fazendo shows menores em companhia de uma variedade de músicos. A maioria dessas apresentações ocorreu no famoso Zodiak Free Arts Lab, quando apareceram os primeiros convites para tocar para o pintor surrealista Salvador Dalí. Nessa época a música fez parceria com a literatura, pintura, as primeiras formas de multimídia e muito mais. Parecia que apenas as idéias mais bizarras atraíam a atenção, levando Froese a comentar: "No absurdo muitas vezes reside o que é artisticamente possível." Froese era fascinado por tecnologia e hábil em usá-la para criar música. Construía instrumentos sob medida e, por onde passava, coletava sons com gravadores para uso posterior na construção de obras musicais. Seu trabalho inicial com loops de fita e outros sons repetidos foi o precursor óbvio da tecnologia emergente do sequenciador. Com inspiração nos surrealistas e na música de vanguarda da época, Froese batizou o grupo com o qual realizava shows de TANGERINE DREAM, e após conseguir um contrato de gravação com a Ohr, lançou "Electronic Meditation", em 1970.
Esse primeiro álbum do TANGERINE DREAM era uma peça Krautrock com colagem de fita, usando a tecnologia da época em vez da música sintetizada pela qual mais tarde a banda se tornaria famosa. Os músicos dessa formação primária do TANGERINE DREAM eram Froese nas guitarras de 6 e 12 cordas, ogão Farfisa, piano e efeitos, Klaus Schulze na percussão e Conrad Schnitzler no cello, violino, guitarra e efeitos. "Electronic Meditation" deu início ao período conhecido como Anos Rosa (o logotipo da Ohr era uma orelha rosa), com a banda realizando muitas experimentações com fortíssima inspiração nos primeiros trabalhos do PINK FLOYD.
O álbum começa com "Genesis", que consiste em um monte de zumbidos, algo que a banda continuará fazendo nos álbuns seguintes, no entanto a faixa seguinte, "Journey Through A Burning Brain", apresenta guitarras e a música se tornando cada vez mais intensa, até as guitarras fazerem efeito. Na metade dessa monstruosa faixa a bateria entra em ação e o efeito é incrível, provavelmente uma das melhores baterias de Klaus Schulze no álbum. "Cold Smoke" deixará o ouvinte em estado de estase mental. Os sintetizadores são tranquilos, mas há explosões de dissonância ao longo do período. Há um clímax satisfatório no final, com um trabalho de guitarra muito prazeroso que flui e continua a trabalhar sua mágica na faixa 4 "Ashes to Ashes", que é uma espécie de segundo movimento da faixa anterior "Cold Smoke". "Ressurection" é simplesmente o órgão acompanhado por uma voz falando ao contrário (provavelmente em alemão), antes de "Genesis" ressurgir. A jornada musical encerra da mesma forma que começou, é quase como se o álbum seguisse uma estrutura de sonata ABCA.
Este primeiro trabalho do TANGERINE DREAM muitas vezes não é visto de uma forma favorável. A qualidade do som também não é das melhores. Mas se você é fã daquele som underground típico do Krautrock, poderá ser uma audição interessante.
highlights ◇
Faixas:
01. Geburt (Genesis) (5:56)
02. Reise Durch Ein Brennendes Gehirn (Journey Through A Burning Brain) (12:22)
03. Kalter Rauch (Cold Smoke) (10:38)
04. Asche Zu Asche (Ashes To Ashes) (4:06)
05. Auferstehung (Resurrection) (3:27)
Duração: 36:29
Músicos:
- Edgar Froese: 6- & 12-string guitars, Farfisa organ, piano, Fx
- Conrad Schnitzler: cello, violin, guitar, Fx
- Klaus Schulze: percussions, metal sticks
com:
- Jimmy Jackson: organ
- Thomas Keyserling: flute
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