Aqui estamos com o ARTI & MESTIERI e seu lançamento de 2015, pelo selo Cramps - Sony, "Universi Paralleli", cerca de 41 anos após "Tilt", seu álbum clássico de 1974. Esse álbum pode ser descrito como sendo Rock Progressivo Sinfônico conduzido por violino e, aliás, extremamente bem executado.
A banda se apresenta com formação renovada contando, ao lado dos membros fundadores Gigi Venegoni (guitarras acústicas e elétricas, teclados) e Furio Chirico (bateria, percussão), também Iano Nicolò (vocal), Piero Mortara (acordeão, piano, teclado), Lautaro Acosta (violino, violino elétrico), Roberto Puggioni (baixo, baixo fretless) e Marco Roagna (guitarras acústicas e elétricas) além de alguns convidados de prestígio como Arturo Vitale (sax), Mel Collins, do famoso KING CRIMSON adicionando flauta e sax em algumas faixas, e Lino Vairetti (vocais). A veia criativa da banda não se esgotou ao longo dos anos e as composições continuam brilhantes, misturando Jazz-Rock, melodia e cores mediterrâneas com excelentes resultados. Na capa do álbum há a foto de uma escultura de Lugi Farina. De acordo com o encarte, a música e a letra desta obra tratam do tema dos universos paralelos, contrastes emocionais que se espelham, por exemplo, em vidas duplas ou duplas personalidades...
A faixa de abertura "Alter Ego" é uma ótima faixa instrumental onde instrumentos acústicos e elétricos desenham novas imagens para seus ouvidos com linhas melódicas crescentes desafiando a força da gravidade voando alto sobre padrões jazzísticos... Ótima introdução para um álbum maravilhoso! "Dune" é um belo instrumental com sabores orientais que leva a "Pacha Mama" onde podemos ouvir pela primeira vez neste trabalho a voz de Iano Nicolò. As letras tratam de questões ambientais. Na verdade, o título refere-se à deusa da fertilidade reverenciada pelos povos indígenas dos Andes. A Mãe Terra aqui é retratada como uma entidade moribunda, envenenada pela ganância da humanidade. Homens movidos pelo ouro sugam a seiva materna divina como vampiros, enquanto desertos de areia substituem rapidamente lagos e rios... Um vento forte e melancólico de nostalgia sopra nas notas do seguinte "L'ultimo imperatore" (O último imperador). O título parece referir-se ao filme homônimo dirigido em 1987 por Bernardo Bertolucci sobre a vida de Pu Yi, o último imperador da China. As letras não tentam contar uma história, mas desenham imagens evocativas sobre universos paralelos e memórias desbotadas onde revoluções distorcidas e manipuladas são celebradas por padres ímpios em catedrais condenadas que não conseguem esconder a sensação generalizada de perda e vazio de um ritual sem fé realizado por rotineiramente... "Finisterre" e "Johann" são duas encantadoras peças instrumentais impregnadas de uma espécie de romantismo onírico que conduzem à "Restare immobile" (Remaining motionless) onde a música e a letra retratam o eterno contraste entre a realidade e os sonhos.
O melancólico instrumental "Borea" (Boreas) é cheio de delicadas cores outonais e melodias folclóricas crescentes com acordeão e violino em primeiro plano. A música desenha evocativas paisagens do norte, enquanto o título se refere ao deus do vento norte, um dos quatro Anemoi sazonais na mitologia grega antiga... Leva à alegre "Pandora", onde a música e as letras evocam imagens estranhas e alegres. danças. Aqui o vento leva o ouvinte adiante embarcando em uma viagem mágica para descobrir novas luas e dias melhores... "Linea d'ombra" (Linha de sombra) é mais escura e tensa. É mais um belo instrumental que leva ao solo pirotécnico de bateria "Comunicazione primordiale", cheia de energia selvagem e sabores exóticos. Em seguida vem o instrumental "La luce in fondo al tunnel" que é mais descontraído e brilha por sua mistura perfeita de Jazz e influências clássicas. "Nato" (Born), creditada como "faixa bônus", conta com o convidado especial Lino Vairetti de OSANNA nos vocais. É uma peça maravilhosa que trata de um forte sentimento de nostalgia por uma emoção perdida que nasceu de um pensamento ou talvez de um beijo, ou de uma mentira, de uma música, de um som, de um poema, de um pecado, de um grito ou apenas de um momento de loucura. Ótimo encerramento para um álbum que irá agradar todos os amantes de Rock Progressivo Italiano clássico.
highlights ◇
Tracks:
01. Alter Ego (6:31)
02. Dune (3:44)
03. Pacha Mama (3:00)
04. L'ultimo Imperatore (6:57)
05. Finisterre (5:21) *
06. Johann (2:05)
07. Restare Immobilo (3:59)
08. Borea (4:42) *
09. Pandora (3:40) *
10. Linea D'Ombra (4:22) *
11. Comunicazione Primordiale (2:37) *
12. La Luce Il Fondo Al Tunnel (6:05)
* Only CD edition
Time: 53:03
Bonus Track on 2015 Italian release:
13. Nato (4:47)
Bonus Track on 2015 Japanese release:
13. La Porta dal Cielo (3:21)
Musicians:
- Iano Nicoló / vocals (3,7,9)
- Luigi "Gigi" Venegoni / acoustic & electric guitars, keyboards, producer & mixing
- Marco Roagna / acoustic & electric guitars (9)
- Piero Mortara / piano, electric piano, keyboards, accordion (8)
- Lautaro Acosta / acoustic & electric violins
- Roberto Puggioni / fretted & fretless basses
- Furio Chirico / drums, percussion
With:
- Mel Collins / soprano sax (2), flute (2,3)
- Arturo Vitale / soprano sax (7)
- Lino Vairetti / vocals in "Nato"
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