JANUS ● Gravedigger ● 1972

Artista: JANUS 

País: Inglaterra/Alemanha

Gêneros: Psychedelic Rock, Hard Rock, Heavy Prog

Album: Gravedigger

Ano: 1972

Duração: 40:09

Músicos:

● Colin Orr: Guitarra líder e teclados

● Roy Yates: Guitarra acústica

● Bruno Lord: Vocais

● Derek Hyett: Vocais

● Mick Peberdy: Baixo

● Keith Bonthrone: Bateria

A história da banda JANUS tem sua origem nas Midlands da Inglaterra em 1969-70, quando Colin Orr, com apenas 18 anos de idade, estava em uma banda quase bem-sucedida que se desfez devido à falta de dinheiro e ao fracasso criativo. Desiludido com a cena musical no Reino Unido, Orr fez as malas e, junto com sua guitarra, foi para a Alemanha Ocidental. Tempos depois, Orr, já estabelecido em terras germânicas, forma a banda BONTHRONE, que depois mudaria o nome para JANUS e teve seu álbum de estréia "Gravedigger", lançado em 1972, apresentando uma fusão muito bem sucedida de Hard Rock com Rock psicodélico, elementos clássicos e Blues. O som tem muito em comum com muitas bandas proto-Prog do mesmo período que foram lentamente encontrando seu caminho desenvolvendo novos sons que mais tarde se assemelhariam a estilos relacionados ao Rock Progressivo. 

O álbum  consiste em quatro peças mais curtas em seu primeiro lado, variando entre dois e nove minutos. A faixa ruidosa de abertura "Red Sun" se arrasta tentando capturar uma sensação de BLACK SABBATH, mas os vocais ligeiramente forçados não são tão bons quanto os de Ozzy Osbourne. A seção do meio é felizmente mais forte, quando uma passagem repetitiva de Krautrock cheia de feedback panorâmico de Colin Orr encharca o drone da guitarra elétrica e o baixo lamacento de Mick Peberdy que traz um som agradável e perigoso. Visto que a banda estava operando fora da Alemanha na época, não é de admirar que o som hipnótico de Krautrock tenha se infiltrado um pouco em sua música! "Bubbles" quase poderia ser um cruzamento entre THE DOORS nos versos (mais uma pitada de psych-Pop) com os riffs obscenos e os vocais enlouquecidos de um álbum de AMON DUUL 2. "Watcha' Trying To Do" "torce" os grooves desconfigurados da guitarra Blues para frente e para trás. "I Wanna Scream" é um Rock pesado, mas infelizmente tem pouco mais de dois minutos de duração. O grande destaque do álbum aparece no lado 2, a longa faixa-título, que oferece os momentos bastante emocionantes. Com quase 21 minutos essa longa peça é destacada por um violão acústico suave e solos ágeis, suspirando harmonias sem palavras, passagens orquestrais arrebatadoras e o mais leve dos véus de Mellotron que cobrem a peça instantaneamente lembrando os trabalhos do MOODY BLUES. Temas espanhóis e clássicos se entrelaçam ao longo do arranjo, um vocal principal sombrio, piano delicado e um órgão Hammond leve e muito suave. Talvez seja um pouco longa demais e se repita en demasiado, mas com certeza é uma adorável trilha onírica suave, embora melancólica.

Com dois lados tão distintos, o ouvinte é levado a pensar que se tratam de duas bandas totalmente diferentes! Talvez essa inconsistência atrapalhe o álbum e certamente mostre uma banda ainda insegura de sua própria identidade, mas as habilidades musicais certamente já estavam à mostra, assim como um som de Rock corajoso com um bom contraste entre passagens pesadas e suaves.

O relançamento do disco em um luxuoso conjunto de CD duplo inclui várias faixas bônus inéditas, remixes e singles. De acordo com a própria admissão de Colin Orr no livreto, o álbum de estúdio soou muito diferente de como a banda soou ao vivo, com a maioria dos membros insatisfeitos com os resultados finais. Ele também menciona que, apesar de parecer assim no álbum, a banda ao vivo era "barulhenta e agressiva, clássica, raivosa e triste, mas nunca psicodélica". No que me diz respeito, talvez fosse o produtor Rainer Pietsch simplesmente tentando fez o que pôde para tornar o material mais criativo. A banda não deveria ser tão dura consigo mesma, é um pequeno álbum decente que desenvolveu um bom culto de seguidores desde seu lançamento.

Levaria 28 anos até que JANUS gravasse um novo álbum, então é uma pena que a banda realmente não tenha tido uma chance em seu apogeu de construir seu potencial ainda a ser totalmente realizado. 

Em resumo, "Graveddiger" precisa ser ser ouvidp pelos fãs de Jimi Hendrix, por todos os admiradores de música psicodélica, pelos viajeiros do Space-Rock e por todos fãs de obscuridades do Rock Progressivo.

Faixas:

01. Red Sun (8:55)

02. Bubbles (3:50)

03. Watcha' Tryin To Do? (Colin Orr, arr.Rainer Pietsch) (3:51)

04. I Wanna Scream (Colin Orr, Bruno Lord) (2:43)

05. Gravedigger (20:46)

Faixas Bonus:

06. Red Sun (5:31)

07. Napalm (Sticks To Kids)/Watergarden (6:55)

08. War Machines (3:53)

09. Yesterday Has Turned To Shapeless Life (4:34)

10. Yesterday Has Turned To Shapeless Life (instr.) (5:33)