quinta-feira, agosto 15

COMEDY OF ERRORS ● Spirit ● 2015 ● Reino Unido [Neo-Prog]



Na época anterior aos telefones celulares, à Internet e aos computadores domésticos, uma banda chamada COMEDY OF ERRORS foi criada em Glasgow, na Escócia. Mais de 20 anos depois, em 2011, lançaram seu primeiro álbum oficial "Disobey". Quatro anos depois, lançaram seu terceiro álbum, tendo superado com sucesso o desafio do difícil segundo álbum em 2013 com "Fanfare and Fantasy".

Seria um eufemismo dizer que "Spirit", é ambicioso. Uma olhada na tracklist comprova isso, a peça do título durando cerca de 45 minutos. Embora nominalmente dividida em 10 subfaixas, pretende-se que seja abordada como uma obra completa. Todo o álbum foi composto pelo tecladista Jim Johnston, que declara suas influências variando de Shakespeare, passando por compositores como Bach, Mahler e Purcell, até outros nomes menos familiares, como Dowland, Tallis e Falconieri, além de alguns outros. O próprio Johnston afirma que "este é o mais pessoal dos álbuns e toda a estrutura musicalmente foi intensamente trabalhada tematicamente e motivicamente".

Com o álbum anterior "Fanfare and Fantasy", a banda passou do fino Neo-Prog de "Disobey" para uma abordagem mais sinfônica, e "Spirit" completa essa migração. Em termos de estrutura, esta é uma obra clássica que exige muito mais do que uma audição superficial. É uma característica do que há de melhor no Rock Progressivo que um álbum só se revele com repetidas audições, e esse é o caso aqui. Embora os vocais distintos de Joe Cairney sejam a assinatura da banda, as excelentes contribuições de guitarra de Sam McCulloch e Mark Spalding e os teclados sinfônicos de Jim Johnston nos quais o álbum é baseado, só se revelam totalmente após várias execuções.

Liricamente, há um pouco de raiva e cinismo beirando às vezes o desespero, pelo menos para começar ("Você é Deus e me decepcionou, você deveria ajudar, o que diabos você está pensando"), mas isso se transforma em otimismo e esperança à medida que avançamos ("Tudo faz sentido agora que o amanhecer rompe a noite").

O álbum é completado por um epílogo separado "This Is How It Has To Be" (É assim que tem que ser), um instrumental delicioso que na realidade é a coda da peça principal e pretende ser ouvido como tal, e uma faixa "bônus" chamada "Spirit" (marcada como "single") que traz temas da faixa principal para criar uma conclusão agradavelmente melódica para o álbum.

Ao todo, "Spirit" é uma verdadeira obra-prima do Rock Progressivo sinfônico. Influências diversas como MARILLION, YES, IQ, GENESIS, SPOCK'S BEARD e muitas outras poderiam ser citadas, mas há ao mesmo tempo um verdadeiro senso de originalidade aqui, da banda gravando algo de que sentem que podem se orgulhar sem necessariamente ansiando pelo reconhecimento que realmente merecem. Há um belo design de capa também, inspirado no maravilhoso cenário do Firth of Clyde. 

highlights ◇
Tracks:
- Part 1 - "SPIRIT" (45:01) :
01. My Grief Lies All Within (5:24)  ◇
02. Infinite Wisdom? (1:51)
03. Spirit Shines / Spirit (4:26)
04. Can This Be Happening? (3:54)  ◇
05. In Darkness Let Me Dwell (3:06)
06. I Call And Cry To Thee (5:42)
07. Set Your Spirit Free / Goodbye My Love Until We Meet Again (3:22)
08. Ascension / Et Resurrextit / Auferstehen - Arise In Love Sublime, Arise - Spirit(6:55)
09. Into The Light (5:04)
10. Above The Hills (5:20)
- Part 2 - "EPILOGUE" :
11. This Is How It Has To Be (5:59)  ◇
Bonus Track:
12. Spirit (Single) (4:42)
Time: 55:42

Musicians:
- Joe Cairney / lead & backing vocals
- Sam McCulloch / guitars
- Mark Spalding / guitars
- Jim Johnston / keyboards, backing vocals
- John Fitzgerald / live bass
- Bruce Levick / drums

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