Depois de 2 álbums muito bons, principalmente "Jagannath Orbit", ANIMA MUNDI apresentou esse seu terceiro trabalho que contém quatro longas faixas, com um épico de 26 minutos. Este é mais um cd sinfônico que remonta aos gloriosos dias do Prog (com influências de YES, ELP, GENESIS e CAMEL abundantes com um toque de romantismo RPI), porém utilizando o som moderno de bandas como NEXUS e SIMON SAYS. O resultado é de cair o queixo. A banda gosta de desenvolver suas músicas com partes de vários movimentos em uma abordagem clássica, usando flauta, pratos e piano na hora de diminuir o tempo ou pontuar algumas partes das músicas. A faixa épica difere das demais por seu andamento lento, mas não é monótona de forma alguma, a melodia é lindamente trabalhada com uma introdução clássica e os sons magníficos do guitarrista, que tem um som de Stolt/Howe. Os teclados desempenham um papel importante no som do ANIMA MUNDI com o grande som sinfônico. O som do baixo é alto na mixagem e os vocais fazem um bom trabalho para sustentar a música sem se destacar como as melhores bandas inglesas.
A retumbante "Time to Understanding" tem alongamento das cordas do Guitarrista Roberto Diaz, é avassalador de se testemunhar, cheio de aptidão brilhante, e notas direto do "corazon", tanto seu trabalho acústico ornamentado quanto elétrico crescente, simplesmente de primeira linha. Além disso, a destreza nas mãos e dedos hábeis de Virginia Peraza se destaca como uma disposição enfática em relação à textura e à substância. Ela tem a poesia de Keith Emerson, com sintetizadores em erupção, piano fascinante e órgão agitado! O vocalista Carlos Sosa faz justiça total ao arranjo gritante, sua voz expressiva envolvendo fluidamente o cenário sonoro. O baterista José Manuel Govin não é desleixado, atacando sua infinidade de bateria e percussão com entusiasmo, o que não é surpresa, já que os latinos em geral têm o senso de ritmo mais forte de todos os tempos. Finalmente, o baixista Yaroski Corredera ressoa de forma ressonante, mantendo as coisas firmemente ancoradas, a ponte crucial entre melodia e ritmo. Que abertura, ufa!
A banda agora apresenta a colossal suíte de 26 minutos em 5 atos "Spring Knocks On The Door Of Men". Um fagote sensual tece adiante, o órgão lúdico valsa, misturando-se com baixo sísmico e, em seguida, sintetizadores estridentes que lembram o FLOWER KINGS ou GLASS HAMMER. Então Diaz rasga à la Steve Howe ("Gates of Delirium") ou Mario Neto de BACAMARTE, adornando a peça com uma ampla paleta de tons e texturas (pedal de volume, wah-wah, echoplex etc). Peraza não é desleixada acariciando seus múltiplos teclados com supremo zelo e confiança dentro de uma enorme parede sinfônica, sintetizadores de carrossel ululando como loucos. A parte mais silenciosa da seção intermediária estendida é simplesmente divina, poças melancólicas de revelação refletida e jornada espiritual, uma guitarra solo sufocante guinchando em direção a um céu azul surreal, tecendo palmeiras baixas e praias de teclado de areia abrasadora se expandem em direção ao horizonte. E então, um súbito furacão de bateria explode, devastador em sua fúria e densidade rodopiante, empurrando os parâmetros musicais de tempo e espaço ainda mais longe. A exuberância sinfônica está além das expectativas, grandiosa e majestosa, muito no espírito do clássico "Close to the Edge" ou da já mencionada "Gates of Delirium". Facilmente um dos melhores épicos de 20 minutos já produzidos. "Flying to the Sun" tem uma disposição mais ensolarada, raios escaldantes de mellotron bronzeando a pele, sintetizador taciturno massageado no arranjo de baixo furioso e um solo uivante. Adicione um típico dueto de órgão e sintetizador de igreja à la Wakeman para dar um pouco de brilho. "Muito sinfônico"!
Exatamente o oposto, "Cosmic Man" é mais psicodélico/espacial em sua disposição, com um toque mais Hard, talvez até um pouco mais acessível (mais Rock), guarnecido com um solo de sintetizador cintilante e um refrão vocal que você sente que já ouviu antes. Sosa realmente estende os limites de seus pulmões e a seção do meio evoca lembranças afetuosas de lendas Progressivas do passado sem cair em plágio aberto. O solo de baixo tem um toque de Squire, mas não o tom agudo e o solo de guitarra escorregadio é peludo, confuso e fantástico, mellotrons pegando fogo ao fundo.
Então, para concluir, este é um ótimo cd sinfônico, bem produzido, que precisa estar em qualquer coleção de Prog sinfônico que se preze.
highlights ◇
Tracks:
01. Time To Understand (13:59) ◇
02. Spring Knocks On The Door Of Men (26:32): ◇
Act I: Spring Arrives From Her Celestial Dwelling - The Ordinance
Act II: Revelation - Apotheoses At Infinitum
Act III: Heading For Eternity - The Final Journey
Act IV: Season For An Alchemist - A Game Beyond Nature
Act V: Mother Spring - The Way
03. Flying To The Sun (9:33)
04. Cosmic Man (8:18)
Time: 58:22
Musicians:
- Carlos Sosa / vocals
- Roberto Díaz / acoustic & lead guitars, backing vocals
- Virginia Peraza / keyboards, backing vocals
- Yaroski Corredera / bass guitar
- José Manuel Govin / drums
With:
- Mónica Acosta / bassoon
- Yailin Martinez / flute
- Javier Mauri / percussion
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente e Participe