Lançado em 2021, "Dei Ricordi, un Museo" é o primeiro álbum solo de Stefano "Lupo" Galifi, vocalista do lendário MUSEO ROSENBACH, e que participou dos dois primeiros álbums do IL TEMPIO DELLE CLESSIDRE, além de convidado e colaborador de vários artistas da cena do Rock Progressivo italiano, Stefano finalmente encontrou uma oportunidade para reorganizar seus desejos, reflexões e memórias, e para expressar seus pensamentos através da música mais uma vez. Ele é acompanhado por Luca Scherani (LA COSCIENZA DI ZENO, HÖSTSONATEN), Marcella Argenesi (UBI MAIOR) e o baterista Folco Fedele.
Este álbum foi lançado em 8 de outubro de 2021 pela AMS Records e contém 7 faixas com duração de 4 a 10 minutos. Artistas italianos de alto nível do Prog colaboraram neste disco, dando vida a um álbum cheio de emoções e com a voz mágica de Stefano que sempre consegue nos transmitir paixão. O álbum abre com “Cuore (Dei ricordi, un museo – parte 1)” com uma bela introdução de piano que logo evolui para um elaborado entrelaçamento de teclados progressivos com um toque sinfônico. Excelente fraseado entre guitarra e teclado, com uma sessão rítmica enriquecida por mudanças de andamento. Desde o início, entendemos que estamos diante de uma obra-prima, e quando a voz de Stefano entra em ação, o arrepio sobe à pele. O timbre vocal manteve-se intacto ao longo do tempo e as letras são tão densas como nos habituou ao longo dos anos. A música é de grande qualidade e os vocais são uma mais-valia, uma faixa que nos mergulha de imediato na deliciosa atmosfera disco, com passagens intensas e requintadas. A jornada continua com “La morale cede” que é a faixa mais curta do álbum, caracterizada por uma introdução de sintetizador e, em seguida, desenvolvida em melodias melancólicas. O canto alterna estrofes solos e refrões corais, cheios de pathos e com a inconfundível marca Lupo que remete aos anos 70. As letras são muito boas e a música oferece um Prog massivo com excelentes mixagens de guitarra elétrica e teclados. “La stanza e l’angolo” é novamente caracterizada por uma introdução ao piano de Scherani e os ambientes são melancólicos, com a voz de Stefano a interpretar um texto sofisticado de traços sombrios.
Uma passagem muito intensa, uma faixa difícil de inserir em um gênero específico senão na categoria de obra-prima, aproveitando ao máximo a parte vocal. Músicas como essa são o bem da música, não é sempre que você ouve composições semelhantes. Chegamos à faixa-título “Dei ricordi, un museo (parte 2)” que é uma longa faixa de mais de 10 minutos, caracterizada por uma poderosa introdução Heavy Prog que lembra as acelerações do MUSEO ROSENBACH. Quem gosta de sonoridades Prog encontra aqui tudo o que procura numa obra deste género. Mudanças de andamento de primeira, passagens elaboradas e um vocal muito caloroso e expressivo, para uma música que resume toda a essência do álbum. Excelente escolha como faixa-título, com inserções de sintetizadores perfeitas, texturas de órgão e guitarra refinadas, com aberturas mais pesadas e outras mais sinfônicas que aprimoram a técnica dos artistas envolvidos. “Le due linee gemelle” é caracterizada por sonoridades mais modernas e eletrônicas que dão um cunho mais Ambient à peça, com um vocal cheio de pathos. A guitarra nos guia por esses 5 minutos com texturas refinadas que criam um excelente entrelaçamento com o vocal, enquanto uma bateria percussiva marca o tempo. A intensidade aumenta com o passar da música que termina com um excelente solo de guitarra, protagonista junto com a voz deste trecho do disco. Um arpejo de violão abre “Sterile” que se desenvolve entre acelerações e momentos mais reflexivos e delicados, com entrelaçamento muito intenso de guitarra e teclado. Elaborada e em constante evolução, após a primeira parte com o cantato magistral de Stefano, na parte central uma seção instrumental com teclados solo levam o som a outro patamar. Seção instrumental que segue até o final da segunda parte, onde com os últimos versos e a volta de um som mais suave a faixa fecha suavemente. O álbum fecha com “L’amante (Dei ricordi, un museo – parte 3)” com uma introdução com os teclados e orquestrações do mellotron em que se insere um vocal melancólico de Lupo. A intensidade aumenta com o fluxo da peça que se desenvolve com partes corais muito intensas, entrelaçamento Progressivo e partes de composição de espessura laternao, concluindo perfeitamente este trabalho. Este álbum contém a experiência de Stefano e dos artistas envolvidos no projeto, hábeis em criar um Prog disco de alto nível, muito intenso e apaixonante.
A voz é uma mais-valia para um som sólido e cheio de idéias interessantes, entre mudanças de andamento e enredos em puro estilo Prog. Uma audição recomendada a todos os amantes dos sons Progressivos, uma verdadeira obra-prima que mais uma vez mostra toda a paixão da voz de Stefano, trazendo à memória os anos dourados do género num contexto moderno. Uma obra-prima.
highlights ◇
Tracks:
01. Cuore (Dei ricordi, un museo - part 1) (8:51)
02. La morale cede (4:15)
03. La stanza e l'angolo (4:32)
04. Dei ricordi, un museo (part 2) (10:20)
05. Le due linee gemelle (5:07)
06. Sterile (7:44)
07. L'amante (Dei ricordi, un museo - parte 3) (7:46)
Time: 48:35
Musicians:
- Stefano "Lupo" Galifi / lead & backing vocals
- Luca Scherani / piano, keyboards, flute
- Marcella Arganese / electric & acoustic guitars
- Gabriele Guidi Colombi / electric bass
- Folco Fedele / drums
With:
- Alessio Calandriello / backing vocals
- Irene Spina / backing vocals
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