I GIULLARI DI CORTE ("os bobos da corte") formou-se em Bolonha em 2002 por iniciativa do baixista Matteo Balestrazzi, do baterista Alessio de Angelis e do violinista Michele Poggio. Depois de uma primeira demo imatura, em 2003 a banda passou por um longo período de hibernação devido à saída de Michele Poggio. Em 2017 o projeto voltou à vida com uma formação renovada que conta com, junto com a seção rítmica original, o multi-instrumentista Paolo Zacchi e em 2020 a banda lançou um interessante álbum de estreia intitulado "Presa di Coscienza", um trabalho conceitual sobre uma história de renascimento espiritual onde misturam sons vintage e ideias originais...
A faixa de abertura "Nautilus" é uma boa faixa instrumental inspirada nos sons dos anos setenta. Segundo entrevista à banda, conta a história de um contrabandista atirado ao mar de um navio por seus cúmplices que acorda em uma praia deserta e inicia seu caminho espiritual pensando em seu passado. A peça começa com o som escuro do mar, depois um padrão de solo de baixo e ondas obscuras de órgão nos levam para a terra vazia.
A seguinte "Vent'anni spesi così" (Vinte anos passados assim) começa com uma linha de baixo e um riff de guitarra elétrica, então surtos frenéticos de órgão e uma bateria pulsante adicionam tensão e cores roxas profundas. É outra boa peça instrumental que leva a jazzística e reflexiva "L'ombra di Sherlock Holmes" (a sombra de Sherlock Holmes). Segundo a banda, aqui a música tenta evocar uma espécie de viagem introspectiva em busca de pistas úteis para entender o que realmente importa em sua vida, para evoluir e se tornar uma pessoa melhor.
Segue-se "La cicala e la formica" (A cigarra e a formiga) cujo título foi inspirado numa famosa fábula de Esopo enquanto a música alterna ambientes descontraídos e passagens mais sombrias, tudo polvilhado com uma pitada de Jazz. Isso leva à excelente "Viaggio in treno senza biglietto" (Viagem de trem sem passagem), cujas linhas melódicas de vez em quando lembram "White Mountain" de "Trespass" (GENESIS) É a primeira faixa cantada do álbum, a música e a letra evocam a imagem de um trem militar saindo da estação ferroviária em direção ao front, uma viagem só de ida sem passagem para muitos soldados e seu pesado fardo de sonhos desfeitos e memórias perdidas. No entanto, para os sobreviventes, uma nova consciência surgirá.
A faixa-título "Presa di Coscienza" (Awareness) abre com uma bela passagem de piano e uma atmosfera que lembra BANCO DEL MUTUO SOCCORSO. Na segunda parte da peça, uma melodia vocal inquietante, quase desafinada, descreve uma noite chuvosa onde uma nova esperança está crescendo... "Il Prezzo" (O preço) segue na mesma linha reclamando do custo que a humanidade tem que pagar para uma guerra. Qual é a verdade por trás do conflito?
A instrumental "Il messicano" (O Mexicano) é mais leve e mistura as atmosferas das trilhas sonoras italianas dos anos 70 com o Reggae e uma atitude despreocupada. Depois é a vez de "Dolcetto o scherzetto?" (Trick or treat?), uma trilha animada e cheia de energia que resume a experiência de um homem que tenta seguir a fuga dos anjos e cai traído por sua vaidade e uma artimanha do diabo. Em seguida, a instrumental "Sabbatho Nero" encerra o álbum em homenagem ao BLACK SABBATH.
No geral, um bom trabalho feito em casa, embora. Vale conferir mais essa banda do novo RPI.
Tracks:
1. Nautilus (3:50)
2. Vent'anni spesi cosi (3:57)
3. L'ombra di Sherlock Holmes (2:53)
4. La cicala e la formica (5:28)
5. Viaggio in treno senza biglietto (6:42)
6. Presa di Conscienza (3:20)
7. Il prezzo (3:39)
8. Il messicano (3:56)
9. Dolcetto o scherzetto? (4:05)
10. Sabbatho nero (3:18)
Time: 41:08
Musicians:
- Alessio De Angelis: drums
- Matteo Ballestrazzi: bass
- Paolo Zacchi: guitars, keyboards, vocals
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