Pomposo, pretensioso, superestimado e egomaníaco são alguns dos adjetivos que se ouviu ao longo dos anos por quem descreve este álbum, e eles têm alguma razão, mas simplesmente não importa. Somente "Journey to the Center of the Earth" dá a chance de ouvir o melhor tecladista da história do Prog tocando com uma banda competente, a London Symphony Orchestra e o Royal Chamber Choir. Não é segredo que Rick Wakeman tem um ego superdimensionado, mas ele tem toda razão, o cara é um gênio, ninguém toca todos os tipos de teclado com a habilidade dele e atua como frontman ao mesmo tempo, você pode amar ou o odiar, mas todo mundo sabe que ele é um dos tecladistas mais capazes que já nasceu. Basta imaginar um garoto de 24 anos vestindo uma capa brilhante cercado por quase 300 músicos no palco (a maioria deles com o dobro de sua idade) em um lotado Royal Albert Hall e ele é o centro desse pequeno universo. Ninguém lhe deu nada de graça, ele ganhou com muita coragem.
A primeira faixa "The Journey"/"Recollection" começa explosiva com uma introdução de toda a orquestra e coro, não poupa nada para o final é simplesmente impressionante, a épica segue com muitas mudanças, passagens suaves cantadas pelas vozes de Gary Pickford e principalmente Ashley Holt (que neste caso soa adequada para a atmosfera primitiva); frenéticas seções de teclado, acordes agressivos de Rock & Roll e a correta narração de David Hemmings, que com seu inglês bem educado assume a responsabilidade de carregar o peso da história. Uma grande composição que tem tudo.
Agora "The Battle"/"The Forest" é uma trilha mais complexa, começa com uma narração que descreve a batalha de dois monstros marinhos um com cabeça de lagarto e dentes de crocodilo (ictiosaurus), o outro uma serpente com cabeça de tartaruga (pleciosaurus), mas esta descrição detalhada é pálida em comparação com a música magnífica e as vozes adequadas. Os teclados de Rick e a guitarra de Mike Egan criam uma mistura perfeita de clássico barroco e Rock pesado que coloca o ouvinte no ringue para ver não apenas a grande luta, mas também uma grande tempestade, onde Wakeman faz o seu melhor descrevendo os ventos com seu Minimoog. O segundo trecho desta trilha (The Forest) nos situa no momento em que a expedição chega ao centro da terra (uma planície seguida de uma floresta). A música é extremamente bonita e novamente as vozes de Pickford e Holt soam perfeitas para esta faixa. A partir deste ponto, tudo leva ao fim da jornada, a ascensão das profundezas ao topo do Monte Etna é perfeitamente retratada com um fragmento de "Peer Gynt" de Grieg, mais precisamente "No Salão do Rei da Montanha" que prepara para o consistindo em uma lembrança mais suave da seção inicial.
Não tão perfeito musicalmente como "The Six Wives of the Henry VIII" ou lírico como "The Myths and Legends...", mas muito mais forte que ambos, este álbum essencial é uma demonstração de talento individual, enorme coragem e arranjos sólidos, uma peça musical absolutamente magnífica.
IMPERDÍVEL!
INDISPENSÁVEL!
SUPER ULTRA HIPER RECOMENDADO! ☆☆☆☆☆
Tracks:
1. The Journey / Recollection (21:11)
2. The Battle / The Forest (18:57)
Time: 40:08
* Recorded in concert at The Royal Festival Hall London on Friday January 18th 1974.
Musicians:
-Rick Wakeman / piano, RMI & Rhodes electric pianos, Hammond, Hohner clavinet, Mini-Moog, synths, Mellotrons, producer
With:
- Garry Pickford-Hopkins / lead vocals
- Ashley Holt / lead vocals
- David Hemmings / narration
- Mike Egan / guitar
- Barney James / drums
- Roger Newell / bass
- The London Symphony Orchestra
- The English Chamber Choir
- David Measham / choir & orchestra conductor
- Danny Beckerman / choir & orchestra arrangements
- Wil Malone / choir & orchestra arrangements
- Lou Reizner / production coordination
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