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segunda-feira, janeiro 30

RAMSES • La Leyla • 1976 • Germany [Symphonic Prog]


Três entre as bandas de Rock mais bem sucedidas da Alemanha vieram de Hannover: ELOY, JANE e SCORPIONS. E tem mais uma excelente que gravou dois ótimos álbums na segunda metade dos anos 70, estamos falando do RAMSES

Tudo começa em dezembro de 1972, quando Hans-Jürgen Lammers (bateria), Peter Klages (guitarras), Bernd Probst (teclados), Hans-Dieter Klinkhammer (baixo) e Herbert Natho (vocais) se encontraram numa sala de práticas do Freizeitheim Vahrenwald (um centro de lazer do distrito de Vahrenwald, em Hanover, Alemanha), e ali decidiram implementar suas próprias idéias musicais. Formaram ali um grupo de Rock e o nome foi dado pelo guitarrista Klages, "RAMSES II" (ele era apaixonado pela cultura do antigo Egito), com a concordância de todos. Em uma competição de bandas organizada pela revista "Riebe's Fachblatt" (famosa revista especializada em equipamentos musicais) no Hamburger Fabrik, o grupo conquistou um notável sexto lugar entre 62 bandas, apesar das circunstâncias adversas. Já em 1973, o grupo excursionou com bastante sucesso pelo norte da Alemanha tocando repertório autoral misturado com covers. No final desse mesmo ano, Bernd Probst e Hans-Jürgen Lammers deixaram o grupo. Após uma breve busca, Dete Kuhlmann (bateria), Winfried Langhorst (teclados) e seu irmão Norbert (guitarras) ingressaram, que passou a contar temporariamente com seis músicos. Alguns shows foram feitos nesta formação. Mas a formação ideal ainda não havia sido encontrada. Dete Kuhlmann (hoje, um veterano respeitado da cena musical de Hanover) deixou o RAMSES II. O baterista Claus Arve, que já atuava em várias outras bandas locais, entrou por cerca de dois meses. Arve deixou o grupo no verão de 1974 junto com o membro fundador Peter Klages. Eles buscaram na cena de Hanover e encontraram o que procuravam no ex-baterista do "Tale", Reinhard Schröter. Sua entrada finalmente criou a formação "clássica" (Hans-Dieter Klinkhammer no baixo, Norbert Langhorst nas guitarras, Winfried Langhorst nos teclados, Herbert Natho nos vocais e Reinhard Schröter na bateria) que produziria sucesso pelos próximos cinco anos. No final de 1974, se apresentaram no Hanover Festival "POP 74" (que aconteceu no Hannoverschen Niedersachsenhalle) e foram premiados em primeiro lugar por um júri de especialistas da imprensa e da indústria fonográfica. Isto os levou de um sucesso local para um sucesso nacional. Em agosto de 1975, um contrato de gravação foi assinado com a nova gravadora de Rock "Sky Records" (do ex-gerente da gravadora Brain/Metronome Günter Körber). Na ocasião, o nome da banda foi alterado para apenas RAMSES. As gravações do primeiro álbum "La Leyla" foram concluídas no estúdio de Conny Plank em apenas oito dias. A pedido de Günter Körber, o guitarrista Klaus Hess (do Jane) e o próprio Conny Plank (já com muita experiência com tantas bandas famosas) atuaram como produtores.

Lançado na primavera de 1976, "La Leyla" recebeu imediatamente uma resposta super positiva na imprensa alemã. O som era um Rock Progressivo na linha de ELOY, GROBSCHNITT e NOVALIS, utilizando vocais em inglês, ótimos teclados e guitarras espaciais. Uma curiosidade é que eles conseguiram lançar o álbum nos EUA, mas a gravadora de lá pressionou para que a faixa "War" (claramente uma crítica à Guerra do Vietnã) tivesse sua letra alterada (ela passou a ser chamada "Noise", sem mudança na parte musical e agora tratando de um tema ambiental). A variedade de teclados vintage impressionava (mellotron, sintetizadores, órgão Hammond etc.), havia belas interações instrumentais, tudo extremamente melódico e exuberante. Não era música complexa e desafiadora, mas sim Prog sinfônico setentista alemão, isto é, tomando elementos do Hard Rock e adicionando uso livre de teclados com influência sinfônica alemã e guitarras atmosféricas e solos sem exibicionismos. Há quem hoje o considere o melhor álbum de Rock Progressivo alemão da segunda metade dos anos 70. "La Leyla" vendeu 20 mil cópias na época e o RAMSES foi considerado a banda estreante mais importante do ano. Foram mais de 300 concertos em todas as partes da Alemanha e Europa, tocando em vários festivais com grande sucesso. O segundo álbum, "Eternity Rise", de 78, também é bom, porém um pouco inferior. 

Esse incrível disco abre com "Devil Inside". Lindas melodias tocadas pelo guitarrista, vôos de sintetizador e suaves ondas de mellotron. As partes vocais também são muito boas e atmosféricas. Nenhum sinal de sotaque "alemão" típico. "La Leyla" - esta música começa com fantásticos solos de guitarra de 3 minutos (soa como 2 guitarras elétricas ao mesmo tempo) com base em teclados ricos (órgão e conjunto de cordas Solina). Na verdade os teclados não são tanto "background" neste fragmento, é mais como uma corrida maluca ou mesmo uma batalha entre dois instrumentistas! Começo esplêndido. Após 3 minutos a música desacelera, algumas melodias de flauta são apresentadas (mellotron) e Herbert Natho começa a cantar de uma forma muito "temperamental", algo "romântica" com um coro levemente em falsete ao fundo. Na segunda parte desta composição, Winfried Langhorst mostra também um solo de órgão Hammond muito bom e melancólico. "Garden" - sem introduções longas (como nas músicas anteriores) "Garden" começa direto no ponto das linhas vocais de Natho. Esta balada melancólica mid-tempo que conta como uma história sobre o sonho de alguém é muito boa e "cativante" (no bom sentido da palavra, é claro!). Sua cabeça certamente balançará junto com os sintetizadores melódicos de Langhorst. No meio da música, outro solo suave de órgão. "War" - a composição mais rápida e dinâmica com sentimento épico (mas na verdade apenas 6:30 minutos de duração). Um riff de órgão-guitarra realmente memorável no início não deixa dúvidas de que será um momento muito especial deste álbum. Refrão "Guerra, em todos os lugares, em todos os lugares, olhe ao meu redor" cantar no riff de Hammond e guitarra pode realmente causar uma boa impressão em todos os amantes do Rock. "Someone Like You" - a música mais longa deste álbum começa com sintetizadores muito atmosféricos e sons de flauta. Então a guitarra elétrica entra e junto com as ondas do órgão conduz uma música muito bonita, melancólica, mas um pouco deprimente sobre alguém que é "velho demais" para o amor ("Melhor me deixar em paz, você é muito jovem para alguém como eu"). Soa melodramático e brega? Não quando é interpretado por RAMSES! Como sempre, a parte do meio com belas cordas sintetizadas, flauta com amostra de mellotron e guitarra atmosférica é ótima. "American Dream" - esta parece ser a faixa mais fraca. No entanto, também tem seu momento. Bonita introdução de órgão e outro, algumas ondas de cordas Solina soam bem como sempre. O único problema é que a parte vocal não é tão interessante quanto nas faixas anteriores e às vezes pode se arrastar um pouco.

Para resumir, posso dizer que é um verdadeiro clássico e provavelmente um dos melhores álbums de Rock Progressivo alemão da segunda metade dos anos setenta. Recomendo especialmente para os amantes do Rock sinfônico. Para jovens progheads que cresceram no Prog-Metal técnico, este álbum talvez tenha um ritmo lento e melancólico para interessá-los, mas espero que eles também achem este álbum intrigante. Prog rock sinfônico completo e altamente melódico, cheio de bons sons de guitarra e teclados vintage!

                                        highlights ◇
Tracks:
1. Devil Inside (4:45)
2. La Leyla (7:25)
3. Garden (5:03)
4. War (6:25)
5. Someone Like You (8:13)
6. American Dream (5:00)
Time: 36:51

Musicians:
- Hans D. Klinkhammer / bass
- Norbert Langhorst / guitars
- Winfried Langhorst / keyboards, vocals
- Herbert Natho / vocals
- Reinhard Schröter / drums, percussion

MP3 320K / pass = makina
CRONOLOGIA


Discografia:
1976 • La Leyla
1978 • Eternity Rise
1981 • Light Fantastic
2000 • Control Me
2014 • Firewall

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