Sigamos para a resenha da obra.
Um violão inicia a obra suave e folk. Uma linda
harmonia sobrevém com mais instrumentos, para um crescendo que chega à
“cozinha” completa. Os vocais, em francês, sempre se destacando. Umas mudanças
de compassos, um swing no baixo, algumas breves intervenções no clarinete e
flauta (não aparece em nenhum site esses instrumentos como parte da execução do
disco, mas pesquisei um pouco a respeito e descobri que Pierre Daigneault, que
consta como safofonista, também toca flauta, clarinete e piccolo).
Mais um lírico violão, um baixo melódico e vocais –
mais vocalizações – fabulosas. Termina com uma guitarra envolvente, no estilo
sinfônico.
As seções rítmicas da 3ª faixa são mais simples na
primeira metade da composição. Quando entra a guitarra tudo muda bastante,
inclusive no fato de que todo o restante da música é instrumental. Combinações
mais livres e fabulosas se dão, e ao final a música passa para uma marcha
inventiva e um pouco mais acelerada.
Um piano clássico maravilhoso na próxima faixa.
Na abertura do lado B do vinil, clarinete e violão
promovem um diálogo incrível. Os dois quase repentinamente dão lugar ao piano,
que está bem jazzístico. Divino. Um dos mais belos solos de piano no
progressivo canadense. Para mim.
A 6ª faixa é a que dá nome ao disco. O início é
quase pop. Mas eu gosto, tem um swing gostoso, os vocais estão bem trabalhados.
Há mudanças de harmonias mais para o meio, que a tornam mais progressiva, mas
sem deixar a pontinha de pé no pop. Piano com ritmos envolventes.
A faixa seguinte é uma das maiores descobertas que
fiz nos últimos anos, no progressivo. Uma longa introdução ao piano. A meu ver
pode constar de qualquer coletânea de progressivo canadense. E de muitas
coletâneas de progressivo mundial. Os instrumentos vão entrando aos poucos,
ainda sem vocais; todos inspiradíssimos. Quando os vocais começam a entrar, é
acompanhando os instrumentos com vocalizações. O baixo está espetacular. Meio
que de repente o piano entra num looping com um fraseado inesquecível. Vai tudo
crescendo de intensidade.
A última faixa, bem curtinha, é centralizada na
sanfona. Meio circense, ao mesmo tempo melancólica.
2012 ● Mademoiselle de Paris.
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