GREENSLADE foi uma banda inglesa, formada no outono de 1972 pelo tecladista Dave Greenslade e o baixista Tony Reeves. A história do GREENSLADE começa com o fim da primeira encarnação do COLOSSEUM, banda de Jazz-Rock Progressivo formada nos anos 60 e que se dissolveu em outubro de 1971. Após a separação, o baterista Jon Hiseman formou o TEMPEST com o baixista Mark Clarke; o vocalista Chris Farlowe juntou-se ao ATOMIC ROOSTER, o saxofonista/flautista Dick Heckstall-Smith embarcou em uma carreira solo, o guitarrista Clem Clempson juntou-se ao HUMBLE PIE e o tecladista Dave Greenslade formou o grupo que levava seu nome, acompanhado pelo baixista Tony Reeves.
Parceiros musicais de longa data, com uma formação comum no Jazz, Greenslade e Reeves decidiram que iriam formar uma banda com dois tecladistas. Na época, Reeves era diretor artístico da gravadora independente de Rock Progressivo Greenwich Gramophone Co., e convidou Dave Lawson, do SAMURAI, uma banda da gravadora que enfrentava dificuldades comerciais, para se juntar ao grupo. Lawson havia sido membro do THE ALAN BOW SET e do WEB. Completando o time o baterista Andrew McCulloch (que foi brevemente membro do KING CRIMSON e do FIELDS).
O GREENSLADE fez sua estréia ao vivo no Zoom Club de Frankfurt em novembro de 1972.
Passando por um período extremamente prolífico, o GREENSLADE entrou novamente no Morgan Studios em Londres durante o verão de 1973 para gravar seu segundo álbum, ''Bedside Manners are Extra'' lançado novamente pela Warner Bros e contando com o excelente trabalho de Roger Dean na artwork. Musicalmente o período entre o primeiro e o segundo disco foi muito curto para qualquer um que esperava quaisquer mudanças particulares no estilo da banda. Entretanto o novo trabalho contém um Prog sinfônico recheado de elementos de Fusion/Canterbury Sound, e o som é novamente focado em composições refinadas, elaboradas e diversificadas, fortemente impulsionado pela dupla de teclados realizados por Dave reenslade e Dave Lawson.
Embora não seja extremamente original, o som gira em torno de enormes quebras de órgão Hammond, enormes ondas de Mellotron, sintetizadores Moog e piano elétrico suaves com um toque jazzísticos, no entanto as estruturas globais permanecem em uma veia sinfônica com links para o som da GENESIS, FRUUPP e os primórdios de KING CRIMSON. Algumas faixas são lideradas por groovy agradáveis e instrumentais soltos com algum tipo de abordagem da banda COLOSSEUM, embora existam alguns duelos da dupla de teclados realmente surpreendentes, criando atmosferas bombásticas e furiosas.
Um fato curioso a salientar é que disco com certeza é que ele foi gravado ao vivo em estúdio, como algumas imperfeições aparecem no disco e não foram "maquiadas", o que pode ser bem interessante.
Em 20 de fevereiro de 1973, o GREENSLADE se apresentou no The Old Grey Whistle Test da BBC tocando "Pilgrims Progress" e "Bedside Manners Are Extra", ambas do álbum "Bedside Manners Are Extra"
Apresentando uma qualidade musical equivalente aos dois álbuns anteriores "Spyglass Guest" (gravado no Morgan Studios Nr. 3. na cidade de Londres, em agosto de 1974), foi o mais bem sucedido trabalho do GREENSLADE, chegando ao 34º lugar nas paradas musicais do Reino Unido.
Nesse álbum a banda conta com alguns convidados especiais: o guitarrista Dave Clem Clempson (ex COLOSSEUM e HUMBLE PIE), o violinista escocês Graham Smith (membro do STRING DRIVEN THING e que participa apenas na faixa ""Joie de Vivre") e o guitarrista Andy Roberts. Ambos colaboraram em algumas composições deixando as suas marcas registradas nesse grandioso álbum, considerado com uma dos melhores da curta carreira do GREENSLADE.
O baixista Tony Reeves saiu pouco depois da conclusão do álbum para se concentrar em sua carreira como produtor e foi substituído na turnê pelos EUA e no subsequente quarto álbum, "Time and Tide", por Martin Briley, que também contribuiu com guitarra e vocais de apoio. Briley entrou para o grupo por recomendação de Lawson, que o conheceu enquanto trabalhava como músico de estúdio.
Último lançamento do GREENSLADE durante a sua trajetória nos anos 70, "Time and Tide" é um disco bastante curto, com cerca de 32 minutos e apresentando 10 faixas, algumas das quais trilhando um estilo Pop. A linda artwork por Patrick Woodroffe não foi suficiente para fazer este álbum uma obra-prima, e uma fotografia da banda ao vivo, com uma Drumkit e uma plataforma de teclado de cada lado, o que talvez sugira uma extravagância desnecessária, mas isto é frequentemente um caso comum no Prog. Com os atraentes excessos à parte, as composições são em sua maioria boas, carregadas de teclados demasiadamente impressionantes, e uma seção rítmica sólida, desta vez com o novato Martin Briley assumindo o lugar de Reeves recentemente falecido no baixo e guitarra, e Andrew McCulloch, como sempre, um grande baterista.
As músicas são compostas por Greenslade e Lawson, por iniciativa própria, ou em conjunto. Quatro das canções aqui são instrumentais dinâmicas, "Time" (1"16), sendo um arranjo para cravo e coro masculino, um pouco pomposa. '"Tide" (2"51) com mellotrons criando uma atmosfera exuberante e majestosa."Catalan" (5"03) tem um clima bastante nebuloso e arranjo bastante caótico cheio de explosões altas repentinas, mas quando a música começa a avançar Lawson se transforma solando em um ARP synth. As demais canções do álbum são Progressivas ou complexas trilhas Pop, mas ainda oferecem alguns grandes momentos. No geral, o álbum ainda agrada os fãs mas retrata a decadência da qualidade de composição da banda.
No início de 1976, Dave Greenslade anunciou a dissolução da banda devido a conflitos com a empresa de gestão, a Gaff Management. Insatisfeitos, os músicos do GREENSLADE queriam assinar com outra grande empresa de gestão que havia demonstrado interesse, então pediram para serem liberados do contrato. De acordo com Dave Greenslade, "eles disseram que nos liberariam se pagássemos uma fortuna. Eu não tinha esse dinheiro disponível e, portanto, não tinha chance de me livrar deles. Isso realmente azedou nosso relacionamento a tal ponto que, no final, eu dissolvi a banda para me livrar deles." Dave Greenslade então iniciou carreira solo, gravando seu álbum solo de estreia, "Cactus Choir", no final de 1976 e, no início de 1977, formou uma nova banda com o ex-vocalista do MANFRED MANN'S EARTH BAND, Mick Rogers. Inicialmente, a seção rítmica era composta por Dave Markee e Simon Phillips, que haviam tocado no álbum, mas eles foram substituídos por Tony Reeves (que entretanto havia se juntado ao CURVED AIR) e Jon Hiseman (que na época liderava simultaneamente seu próprio COLOSSEUM II) para as datas de 1977.
Apresentando uma excelente coletânea de registros ao vivo gravadas entre 1973 e 1975, de quando o GREENSLADE ainda estava na ativa, "Greenslade Live 1973-75", pode ser a melhor introdução à excelente mistura de Rock, Jazz, Blues e Rock sinfônico que a banda realizava. O álbum contém um ótimo material: composições elaboradas como "Sundance", "Feathered Friends", "Bedside Manners Are Extra" e "Joie De Vivre" e muitas jogadas inventivas e emocionantes de teclado duplo de Dave Greenslade e Dave Lawson.
Em 2000, Greenslade e Reeves, após considerarem uma reunião completa da formação original, juntaram-se ao vocalista/tecladista John Young e gravaram um novo álbum de estúdio: "Large Afternoon". O baterista John Trotter juntou-se à banda a tempo de uma turnê subsequente, durante a qual o álbum ao vivo "Greenslade 2001 – Live: The Full Edition" foi gravado.
Em linhas gerais, cada segunda faixa de "Large Afternoom" é instrumental, começando com a abertura, "Cakewalk", uma das faixas mais fortes, junto com "On Suite", que apresenta vocais. "Anthem" talvez seja a melhor faixa de todo o álbum: com uma linha melódica memorável e um solo parecido com acordeão bastante comovente.
O que era o melhor recurso em todos os primeiros álbuns do GREENSLADE (a vasta gama de teclados muito orgânicos como órgão Hammond, piano elétrico Fender Rhodes e mini moog) foi substituído por sintetizadores, soando mais como uma gravação dos anos 80 do que um CD do novo milênio.
O resultado da turnê de retorno do GREENSLADE com "Large Afternoom" (lamçado em 2000), pode ser apreciado aqui em "Live 2001", com Dave nos teclados e o baixista original Tony Reeves a reboque. Os músicos que complementam o time são John Young (teclados/vocal) e John Trotter (bateria).
Em resumo. este é um álbum ao vivo muito bom, atuando como um "melhor de" abrangendo uma carreira de 25 anos. Há um tremendo lado positivo na voz de John Young (ASIA, LIFESIGNS) sendo muito mais atraente do que a do segundo tecladista original Dave Lawson, cujos vocais foram uma digestão difícil para dizer o mínimo, e a presença do baixista fabuloso Tony Reeves. "Live 2001" realmente reúne alguns daqueles pequenos detalhes que tornam esta banda única no universo do Prog.
John Trotter deixou o grupo no ano seguinte para se mudar para a Austrália e seria substituído por James Gambold, e desde então nada mais aconteceu em se tratando de GREENSLADE!
Fabio Costa
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