CRESSIDA ● Cressida ● 1970

Artista: CRESSIDA

País: Reino Unido

Gêneros: Symphonic Prog, proto-Prog

Álbum: Cressida

Ano: 1970

Duração: 44:58

Músicos:
● Angus Cullen: vocais
● John Heyworth: guitarra, vocais (faixa 5)
● Peter Jennings: clavicórdio, orgão e piano
● Kevin McCarthy: baixo
● Iain Clark: bateria

Entre tantas bandas pertencentes a primeira leva Progressiva do final dos anos 60 e início dos 70, a CRESSIDA foi uma das que ficaram aquém do sucesso merecido. Apesar de ter sido lançado em 1970, esse primeiro álbum homônimo da banda  tem um distinto som proto-Progressivo. As composições escritas pelo guitarrista John Heyworth ou pelo vocalista Angus Cullen, apresentam a forte presença do órgão Hammond, sustentado pela guitarra, e frequentemente com um fundo preenchido pelo Mellotron. Os tons de Jazz-Rock utilizados aproximam o som do CRESSIDA ao estilo Canterburiano, mais precisamente ao som da conterrânea CARAVAN). O tecladista Peter Jennings e o baterista Iain Clark (que mais tarde se juntariam a URIAH HEEP) são provavelmente os mais impressionante instrumentistas da banda, mas não é certo de que as composições sempre trabalhem a favor deles.

O álbum inicia com músicas pouco impressionantes. "To Play Your Little Game" e "Winter Is Coming Again" carregam vocais mais contidos e uma atmosfera do Pop melódico típico do final dos anos 60. A cada repetição do refrão, essas duas faixas ficam mais intensas. As melodias agradáveis de guitarra ​​e um órgão relaxante se destacam. "Time For Bed" é bem mais animada, com guitarra dedilhada, piano e os vocais em destaque. "Cressida" apresenta um órgão pulsante acompanhado pelo baixo e bateria. É uma música bem experimental, com a presença de Mellotron. "Home And Where I Long To Be" é outra canção relaxante com vocais que se intensificam em alguns momentos. Também há ótimas melodias de guitarra. As jams poderosas de "Depression", devem  encantar os fãs de bandas como COLOSSEUM, e "One Of A Group", transita do órgão clássico ao delírio psicodélico da guitarra e ao piano jazzístico em pouco mais de três minutos.  "Lights In My Mind" é uma ótima faixa, com alguns solos de guitarra de bom gosto e a bateria brilhando no final. "The Only Earthman In Town" ganha ritmo antes de um minuto, com os vocais liderando. "Spring '69" tem uma letra interessante com vocais melancólicos e uma guitarra suave. "Down Down" tem melodias de órgão flutuantes e vocais contidos conduzindo a música. O Mellotron também está presente. "Tomorrow Is A Whole New Day" é uma música emocionante, que começa com órgão, depois ganha ritmo com vocais e bateria. Em seguida, a guitarra assume o protagonismo, seguida pelo órgão.

Esse primeiro álbum do CRESSIDA prova que é possível ter texturas ricas de Prog Sinfônico sem faixas longas e extensas. O som prototípico do Rock Progressivo com influências psicodélicas dos anos 1960 combina muito bem com a orientação Prog sinfônica que começava a surgir após o álbum de estreia do KING CRIMSON. Os vocais de Angus Cullen são um deleite à parte, assim como as texturas calorosas de cravo, órgão e piano de Peter Jennings. É um daqueles álbuns especiais que, não oferece nada da grandiosidade ou pompa de outros artistas do gênero, mantendo, contudo, uma clara conexão com o underground psicodélico do qual o gênero emergiu.

A capa do álbum traz uma obra de arte perturbadora que começou de uma boa idéia, mas de alguma forma falhou, pois a colagem é bastante amadora, fato bastante surpreendente, em se tratatando de um gravadora como a Vertigo.

Faixas:
01. To Play Your Little Game (3:15)
02. Winter Is Coming Again (4:42)
03. Time for Bed (2:18)
04. Cressida (3:57)
05. Home and Where I Long to Be (4:04)
06. Depression (5:02)
07. One of a Group (3:35)
08. Lights in My Mind (2:45)
09. The Only Earthman in Town (3:32)
10. Spring '69 (2:14)
11. Down Down (4:15)
12. Tomorrow Is a Whole New Day (5:19)