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quinta-feira, maio 30

PORCUPINE TREE ● Lightbulb Sun ● 2000

Artista: PORCUPINE TREE 
País: Reino Unido
Gêneros: Symphonic Prog, Heavy Prog
Álbum: Lightbulb Sun 
Ano: 2000
Duração: 56:09

Formado em 1987 em HEMEL HEMPSTEAD, HERTFORDSHIRE. Falar de PORCUPINE TREE implica necessariamente discorrer sobre Steven Wilson. Quando adolescente, ele se identificava muito com os lançamentos musicais de 1967 a 1977. O próprio dá dois exemplos: PINK FLOYD e Donna Summers. Aos 11 anos de idade, com um violão e alguns microfones, foi experimentando “métodos” de gravação com seu toca-fitas. Seu pai, que era engenheiro eletrônico, no ano seguinte construiu pro filho um toca-fitas com alguns canais e um vocoder, para ele seguir nesse aprendizado.
Com 15 anos ele fez parte de um projeto de música psicodélica. E nesse meio tempo foi aprendendo a tocar outros instrumentos, além da guitarra. Quase ao mesmo tempo em que fazia isso tudo, esteve numa banda de rock progressivo chamada KARMA. Que conseguiu gravar duas fitas cassete: “The Joke's on You” (1983) e “The Last Man To Laugh” (1985), dos quais Wilson tirou umas composições que vieram a fazer parte do repertório do PORCUPINE TREE. Aproximadamente no mesmo período integrou um grupo de AOR chamado PRIDE OF PASSION, que teve curta duração. Então, em 1986 Wilson toma a decisão de formar duas bandas. "NO MAN IS AN ISLAND (EXCEPT THE ISLE OF MAN)", mais tarde rebatizada de NO-MAN, e PORCUPINE TREE. De lá para cá esse artista continuou se desenvolvendo, tanto musicalmente mas principalmente como produtor, e buscando seu espaço nos diferentes contextos do cenário da indústria fonográfica. Os ápices de sua carreira, quanto ao quesito popularidade, foram as seis nomeações que teve para o Grammy.

Esse disco começa com um violão quase em ritmo de balada. Vocais melódicos completam a maior parte do restante das hamronias. Em dado momento fica heavy-prog. A seção rítmica, que até então estava secundária, torna-se elemento central. E de forma brilhante, com bastante swing. O baixo acrescenta tons e nuances muito bons. As harmonias vocais são atravessadas por filtros e vocais duplos bem interessantes. Ocorrem uns fabulosos fraseados de guitarra. De repente a bateria se recolhe, ficando quase que apenas o violão, dessa vez tocado com mais velocidade. As viradas na bateria estão muito inventivas, sobretudo nesse ponto. Os sintetizadores, embora participem bem pouco, trazem um leve toque psicodélico, soberbo; ou notas em sustenido. A música se torna então meio art rock, meio heavy-prog.

Um piano simples mas marcante, quase uma canção de ninar, é o eixo da 2a faixa. Vocais com filtro tornando-o levemente metálico, que depois ficam sem filtro, adotando um timbre um pouco mais para o agudo. Harmonias poli-vocais são desenvolvidas quando fazem vocalizações. Mudam os arranjos dos teclados para algo que se assemelha um pouco ao cravo. Acrescentam suaves contribuições percussivas. Uma música suave, e muito efetiva.

Uma guitarra penetrante, logo seguida de atabaques, abrem a 3a faixa. Fica meio hard-rock. A bateria mais uma vez é swingada e um pouco pesada ao mesmo tempo, parecido com a 1a música. As harmonias vocais continuam espetaculares. Uns efeitos orientais psicodélicos são entregues nos teclados, com alternâncias incríveis de compassos feitos por todos os instrumentos. A música quase fica repetitiva em um dado momento, mas antes que isso aconteça,...

... emenda com a próxima faixa. A guitarra tem um efeito um pouco parecido com o de uma harpa bem temperada. E ao mesmo tempo tanto ela quanto o baixo ficam com uma base de funk. Inacreditável como isso tudo repentinamente fica bem melódico, meio Bad Company. Até passar para um art-rock, com vocais meio metálicos, meio distorcidos com um leve chiado. As harmonias vocais, que estavam meio simples, ficam ótimas. Na segunda metade da composição o violão ocupa um papel central, sendo varrido com maestria. A guitarra entrega uns fraseados de art-rock. Enquanto a massa sonora vai aumentando e ficando mais intensa.

Também emenda com a próxima música, que tem dois violões dialogando esplendidamente, levemente acelerados. Fraseados lindos! O baixo traz cores vibrantes à composição. E os vocais, perfeitos. Alguns efeitos psicodélicos de leve são desenvolvidos nos sintetizadores, mas sempre dando muito espaço ao violão. Aos poucos, com muita sensibilidade e inteligência, a bateria vai entrando. O violão sai e entra uma guitarra com efeitos psicodélicos e até mesmo de música contemporânea. Fazem mudanças significativas tanto de compassos quanto de arranjos. Nossa, é genial! E com um título igualmente fabuloso.

O violão abre os trabalhos na 6a faixa, varrido com muita gentileza e vivacidade. Tanto os vocais quanto todo o instrumental estão mais "solares", ou seja, num tom de alegria e uma certa celebração da vida. Bastante swing e fluidez, acompanhados de um conjunto de cordas. O violão está espetacular o tempo todo. Harmonias poli-vocais fabulosas. A guitarra fica meio Paul McCartney.

O baixo soturno é enaltecido por efeitos meio diabólicos, ao longe, dos sintetizadores. A guitarra, rítmica, segue o clima, até o início dos vocais. A percussão também está meio marcial. "This is a hatesong, I write it for you" (Essa é uma canção de ódio, a escrevo para ti). Fica heavy-prog, com timbres fortes, mas logo volta para a proposta marcial, só que agora com mais densidade. Segue mais uma vez para o heavy-prog, mas sem acelerar. Aí fazem uma mudança sutil e fenomenal tanto nos arranjos quanto nas cadências. Não por muito tempo, pois passa para uma harmonia bem mais simples. E fantasticamente sinistra, com espasmos de robustas massas sonoras, bem pesadas. Culmina com um hard-rock, onde todos os instrumentos estão em tons graves. Realizam compassos geniais, e fazem alternâncias irrepreensíveis entre os instrumentos. Todos participam, inclusive o violão. Quando está em 6 minutos e meio, e parecem ter esgotado as idéias, entram numa outra proposta (pesada), com os pratos e guitarra distribuindo notas curtas, muito boas, além de uns efeitos psicodélicos nos teclados. Que música marcante! Termina com sons de pássaros.

Esse disco parece ser, entre outras coisas, uma homenagem ao violão. Mais uma vez é peça-chave na composição, dessa vez na 8a faixa, que é maravilhosamente emendada com a anterior. A interpretação de todo o conjunto está novamente mais "solar". As nuances tanto do violão, quanto dos poli-vocais e das contribuições percussivas - tudo isso é espantoso. Rock-balada em forma de arte, com um lindo solo de guitarra no meio.

Notas longas e espaçadas abrem a penúltima música. Que é bem viajante, à la Shine on you crazy diamond. Tudo vai acontecendo bem devagarinho, o dedilhado na guitarra, a entrada firme mas lenta do baixo, a batidinha constante num prato. A guitarra vai dando umas notas um pouco mais altas, mas se recolhe quando entram os vocais, fazendo com que a composição continue lenta e bem moderada. Quando a guitarra volta, tanto ela quanto a bateria dão uma crescida, mas novamente recuam quando voltam os vocais. Ou seja, estão seguindo nessa alternância entre momentos bem soft e momentos mais densos. Mas pouco depois isso muda: tudo vai, aos poucos, crescendo. As cordas se apresentam, dando um ar bem sinfônico à composição. Por isso, e pela extensão da música, quase todo mundo é unânime de afirmar que é a música mais progressiva do álbum. Bem, no meio dela mudam quase tudo: o baixo ganha bastante relevância, a guitarra fica pesada, e tem uns psicodelismos nos teclados. A guitarra está rockeira, logo em seguida passa a ficar funkeada, antes de voltar ao rock, agora um pouquinho mais pesado do que já estava. Tem um interlúdio viajante, mas logo volta para a proposta cada vez mais pesada. Se a composição estava pendendo mais para o progressivo sinfônico na primeira metade, na outra metade tem vários momentos heavy-prog. O último minuto e meio é absolutamente diferente, com um sino tocando, e um sintetizador difuso, lisérgico.

Quanto mais ouço esse trabalho, cada vez mais acho desnecessária a última faixa. Guitarra simples e entediante. Vocais sem inventividade, seguindo quase sempre o mesmo compasso. Até o violão, que está maravilhoso em todo o disco, aqui está pobre. Até colocam umas belas cordas, mas isso não salva a música.

Os títulos das músicas são um caso à parte. Eu os vejo, os percebo, como quadros que expressam as emoções e pensamentos do(s) compositor(es). Com momentos bem humorados, outros sarcásticos, outros esperançosos, outros raivosos, e também tem desnecanto e umas viagens sensoriais, entre outras coisas. Uma palheta de cores e emoções.

Faixas:
01. Lightbulb Sun (5:30)
02. How Is Your Life Today? (2:46)
03. Four Chords That Made a Million (3:36)
04. Shesmovedon (5:14)
05. Last Chance to Evacuate Planet Earth Before It Is Recycled (4:48)
06. The Rest Will Flow (3:15)
07. Hatesong (8:26)
08. Where We Would Be (4:12)
09. Russia on Ice (13:04)
10. Feel So Low (5:18)

Músicos:
- Steven Wilson / vocals, guitars, piano, Mellotron, sampler, banjo, harp, dulcimer, producer
- Richard Barbieri / synths, Hammond, Mellotron, Fender Rhodes, clavinet, percussion (synth.), Fx
- Colin Edwin / fretless bass, drum machine (7), bağlama (7), guembri (9)
- Chris Maitland / drums, percussion, harmony & backing vocals

Com:
- Elijah Hibit / rhythm guitar (?)
- Dave Gregory / strings arranger & producer (6,9,10)
- Stuart Gordon / violin, viola (6,9)
- Nick Parry / cello (6,9)
- The Minerva Quartet / strings (6,9,10) :
- Kathy Latham / violin
- Lisa Betteridge / violin
- Sara Heins / viola
- Emmeline Brewer / cello


Discografia:
 
Studio albums:
1992 ● On the Sunday of Life...
1993 ● Up the Downstair
1995 ● The Sky Moves Sideways
1996 ● Signify
1999 ● Stupid Dream
2000 ● Lightbulb Sun
2002 ● In Absentia
2005 ● Deadwing
2007 ● Fear of a Blank Planet
2009 ● The Incident
2022 ● Closure/Continuation
 
Live:
1997 ● Coma Divine
1997 ● Spiral Circus Live (LP)
2003 ● XM
2003 ● Live in Poland
2004 ● Warszawa
2005 ● XMII
2005 ● Rockpalast
2006 ● Arriving Somewhere...
2008 ● We Lost The Skyline
2009 ● Ilosaarirock
2010 ● Atlanta
2012 ● Octane Twisted
2020 ● Köln 4th Dec 2007 (TV Broadcast)
2020 ● First Live Performance 4th Dec 1993
2020 ● Los Angeles (30th July 2003)
2020 ● Coma: Coda (Rome 1997)
2023 ● Closure / Continuation.Live. DVD.

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