Álbum: Yokai Orchestra
Ano: 2019
Gênero: Eclectic Prog
País: França
Formado em 2009 na cidade de Limoges, Nouvelle-Aquitaine, França. Por Maxime Lathière. Em 2018 Morgan Thomaso se juntou à iniciativa. Segundo seu Facebook, Cartoon Theory tem colaborações com nomes como PLINI, DAVID MAXIM MICIC, CLEMENT BÉLIO e vários outros artistas/músicos. Provavelmente a capa lhe chamou a atenção. Pois é: com exceção da estréia, todos os discos têm uma arte gráfica espetacular.
Antes de dar início às minhas observações sobre o disco, considero importante fazer umas pontuações sobre o gênero musical do qual a banda é uma das expoentes. Coloquei progressivo eclético, mas ao que parece, a designação Djent se encaixa melhor. Esse sub-gênero costuma ser usado quando a musicalidade é composta de poliritmos, notas curtas, guitarras distorcidas com acordes firmes e sincopados, silenciados com a palma da mão (tirei a maior parte dessa definição do site rateyourmusic). Eu acrescentaria, pelo que já escutei outras vezes de músicas classificadas como tal, que também é bastante comum a execução acelerada e as harmonias complexas. Algo bem frequente, ademais, é que o Djent esteja localizado como uma subseção do prog-metal. Há, por outro lado, um punhado de pessoas que defendem a autonomia plena do Djent; isto é, que trata-se de um novo estilo, e não uma derivação de um gênero musical que já existe. Eu, particularmente, não consigo encontrar os elementos habituais do prog-metal em nenhum dos trabalhos do CARTOON THEORY. Com exceção, somente, do disco em parceria com o HEPTAEDIUM.
O início é totalmente japonês (o som daquele violão típico de lá). Um dedilhado ligeiro nos sintetizadores, com umas marcações complexas na percussão, ainda com um leve toque oriental. Começa a ficar mais Djent. Inteligentes e marcantes combinações de tons graves com agudos, que junto com mudanças de cadências e compassos cativam meus ouvidos. O término usa o recurso de ir diminuindo o volume. Mesmo assim, parece que emenda com a música seguinte. Essa entra com dedilhados rapidíssimos nos sintetizadores, com quebras e alternâncias de duração dos fraseados; em suma, evoluções complexas. A guitarra cuida para tornar a música mais incisiva, e em dado momento as harmonias ficam um pouco mais pesadas, chegando a colocar um pezinho no prog metal. Fica um pouco confuso logo em seguida, mas em breve a guitarra cuida de enlaçar dieitinho os espaços e estruturar melhor a composição. Entra então uma linha mais melódica. Quando volta para a execução Djent, nesse trecho a bateria mostra uma certa falta de idéias e inventividade.
A melodia e dedilhado calmos no início da 3a música vão aos poucos crescendo e ganhando densidade sonora. Até chegar em uns samples bem elaborados, usados com bastante precisão. Uma composição muito bem executada, tranquilizante.
Os samples tirados de jogos eletrônicos dialogam muito bem com a bateria e sintetizadores na música posterior. Cadências aceleradas. A guitarra mal consegue encontrar espaço, por conta dessa massa sonora eletrônica e rítmica bem densa. As combinações de compassos diferentes são impressionantes. Quando a guitarra volta, mudam levemente os arranjos e retiram bastante dos samples de jogos. Em dado momento, os fraseados na guitarra estão excepcionalmente inspirados. Entendo porque é a faixa mais longa do trabalho, pois as harmonias estão muito bem elaboradas.
A próxima composição é bem curta, apresenta um som parecido com o do xilofone, que faz um coro orgânico com outros elementos percussivos. No final, emulam uma harpa. Acaba que esse trecho funciona bem como introdução para a faixa seguinte. Nela, os teclados começam gentis, mas rapidamente crescem até o estilo djent, ao lado da bateria e guitarra. Nesse instante pode acontecer do(a) ouvinte pensar "acho que já ouvi isso antes". Deveras: não há muita versatilidade nas idéias e harmonias. As execuções rápidas e aceleradas até conseguem esconder por um tempo a falta de criatividade e variedade musical do disco, mas com um pouco de atenção, isso pode ser percebido. Como de qualquer modo estamos próximo do fim do álbum, então não chega a ser algo muito comprometedor.
A última faixa é uma retomada de idéias apresentadas na 1a faixa.
Faixas:
01. Yokai Orchestra's Adventure (4:09)
03. Kitsune (3:50)
04. Shîsâ (7:07)
05. Wilderness (1:56)
07. Yokai Orchestra's Final (3:00)
Músicos:
Maxime Lathière / programação, samples, teclados, piano, baixo.
Travis Orbin / bateria
Visenya / guitarra (faixas 1, 2, 7)
Husa Toledo / guitar (1)
Adam Bentley / guitar (6)
Discografia:
2012 ● Cartoon 1.0 Theory
2016 ● Planet Geisha
2017 ● Heptaedium versus Cartoon Theory
2019 ● Yokai Orchestra
2022 ● Feel
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