Primeiro comentário: Fico triste em informar que esse grande
feito não rendeu uma gravação de boa qualidade. A flauta e os vocais até que
não foram muito mal gravados, mas de um modo geral está tudo baixo e sem
nitidez. Como estes são os destaques deste trabalho, seguidos de perto pela
bateria, o técnico de som pelo menos não se saiu tão mal. Em suma, mereceria
uma edição remasterizada.
Esse grupo inicialmente se intitulou GALADRIEL, e assim lançaram em 1984 duas fitas cassetes. Adotaram brevemente o insólito nome GALADRIEL AND THE CHESHIRE CAT. Para chegarem enfim a EDGE, assim permanecendo até a dissolução da banda. "Suction 8" foi lançada em cassete pelos próprios integrantes, sem fazer quase nenhum sucesso. Foi somente em 1990, através de um selo francês chamado Ugum Productions (essa, por sua vez, teve uma vida curtíssima, de 1989 a 1992), que saiu a edição oficial do trabalho. Em CD. E no ano seguinte foi lançado pelo mesmo selo o 2o e último trabalho desse grupo, um Jazz-Prog menos criativo, com menos virtuosismo, mais comedido. Apesar disso, continuaram bastante desconhecidos, como acontece até hoje.
Farei alguns comentários sobre cada faixa do álbum. Na primeira, as constantes mudanças de harmonias,
propostas e ritmos são esplêndidas, e não são muito difíceis de acompanhar;
mesmo quando os movimentos são mais rápidos. A cantora mostra rapidamente suas
habilidades e versatilidade. O baterista faz um show à parte, com variações
incríveis nas harmonias, nos pratos, mas principalmente nos tons. Mais perto do
final, ele gradualmente acrescenta camadas de música com notória maturidade.
A flauta fica genial no início da próxima música. A cantora
dessa vez se mantém nos tons médios, mas mantém ótimas interpretações. No meio
dessa faixa a batida fica mais lenta. A guitarra procura espaço lenta e
aleatoriamente, mas logo acelera agressivamente. Ao longo dos minutos
restantes, ele gerencia conceitos rápidos/lentos de maneira desafiadora. Perto
do final, quase todos os instrumentos dialogam numa apoteose.
Os primeiros arranjos da terceira faixa não são tão bons.
Mesmo assim, eles começam a melhorar antes do meio da música. E muito
brevemente, a partir de então, desenvolvem combinações complexas de andamentos
e conceitos musicais.
A guitarra é fantástica e penetrante em “Trap Door”. Baixo e
bateria constituem uma base muito sólida para seus solos. Além disso, tons
incríveis são executados pelos sintetizadores, alguns deles semelhantes a um
trompete. Fran canta com intensidade
e paixão usando bastante os graves, e em surpreendentes alternâncias com os
agudos. O alto nível é mantido, porque a conclusão desta peça é realmente
fabulosa.
O grupo tenta desenvolver algo semelhante na 5ª faixa. Com
duas diferenças. Eles não são tão rápidos e a flauta está mais presente. Esta é
uma das faixas do álbum com pior gravação. E a composição parece não ser tão
inspirada.
No “Incognito” você encontrará seções rítmicas consistentes
e muito técnicas. Com uma bela melodia em sua companhia. Há uma transição
melancólica até que a música volta a ter um ritmo poderoso.
Um piano maravilhoso introduz a última faixa, bastante
acústica, um tipo raro de execução no álbum. Então um riff de guitarra estranho
e bastante ingênuo corta aquele bom humor. Felizmente não dura muito e dá
espaço para um ritmo explosivo. A música segue com esses altos e baixos (até um
pouco confusos), mas sabiamente terminando com aquela mesma vibração de piano.
Altamente recomendado para os apreciadores do lado mais selvagem e desafiador do progressivo sinfônico.
Tracks:
01. The Wedding Guests of Monsignor Peronne (8:28)
02. Short Change to the Counting House (6:44)
03. Daughter of Moonstone (7:25)
04. Trap Door (8:10)
05. Tsarion (9:47)
06. Incognito (4:46)
07. Suction 8 (13:45)
Total Time: 59:37
Musicians:
- Neil Allies / guitar
- Jez Ford / keyboards
- Fran Hallard / vocals
- Mark Hampton / bass
- Oliver Page / flute
1986 ● Suction 8. Lançado como fita-cassete. Em 1990 saiu em CD.
1991 ● Sarcastic Fringeheads.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente e Participe